Bento XVI Faz Balanço das Jornadas Mundiais da Juventude

Ao rezar o Angelus em Castel Gandolfo


CASTEL GANDOLFO, domingo, 27 de Julho de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção pronunciada por Bento XVI este domingo, ao meio-dia, antes e depois de rezar a oração mariana do Angelus na residência pontifícia de Castel Gandolfo.

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Caros irmãos e irmãs!

Regressei segunda-feira passada de Sydney, na Austrália, sede da XXIII Jornada Mundial da Juventude. Tenho ainda nos olhos e no coração esta extraordinária experiência, na qual me foi permitido encontrar o rosto jovem da Igreja: era como um mosaico multicolor, formato por rapazes e moças provenientes de toda parte da terra, todos reunidos pela única fé em Jesus Cristo. «Young pilgrims of the world – Jovens peregrinos do mundo», assim as pessoas os chamavam com uma bela expressão que colhe o essencial destas Jornadas internacionais iniciadas por João Paulo II. Estes encontros, de fato, constituem as etapas de uma grande peregrinação através do planeta, para manifestar como a fé em Cristo nos torna todos filhos do único Pai que está nos céus e construtores da civilização do amor.

A característica própria do encontro de Sydney foi a tomada de consciência da centralidade do Espírito Santo, protagonista da vida da Igreja e do cristão. O longo caminho de preparação nas Igrejas particulares tinha seguido como tema a promessa feita por Cristo ressuscitado aos Apóstolos: «Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas» (Act 1, 8). Nos dias 16, 17 e 18 de Julho, nas igrejas de Sydney, os numerosos Bispos presentes exercitaram seu ministério, propondo as catequeses nos vários idiomas: estas catequeses são momentos de refilão e de recolhimento indispensáveis para que o evento não seja só manifestação externa, mas deixe um traço profundo nas consciências.

A Vigília nocturna no coração do encontro, sob o Cruzeiro do Sul, foi uma invocação conjunta do Espírito Santo; e por fim, durante a grande Celebração eucarística de domingo passado, administrei o Sacramento da Confirmação a 24 jovens de vários continentes, dos quais 14 australianos, convidando todos os presentes a renovar as promessas baptismais.

Assim, esta Jornada Mundial se transformou em um novo Pentecostes, do qual se relançou a missão dos jovens, chamados a ser apóstolos de seus coetâneos, como tantos santos e beatos, e em particular o Beato Piergiorgio Frassati, cujas relíquias, colocadas na Catedral de Sydney, são veneradas por uma ininterrupta peregrinação de jovens. Cada rapaz e moça foi convidada a seguir seu exemplo, a partilhar a experiência pessoal de Jesus, que transforma a vida de seus «amigos» com a força do Espírito Santo, o Espírito do amor de Deus.

Quero hoje agradecer novamente os Bispos da Austrália, em particular o Arcebispo de Sydney, o Cardeal Pell, pelo grande trabalho de preparação e pela cordial acolhida que reservou a mim e ao todos os outros peregrinos. Agradeço às autoridades civis australianas por sua preciosa colaboração. Um obrigado especial é dirigido a todos aqueles que, em cada parte do mundo, rezaram por este evento, assegurando seu êxito. Que a Virgem Maria recompense todos com as graças mais belas. A Maria confio também o período de repouso que terei a partir de amanhã em Bressanone, entre as montanhas do Alto Ádige. Permaneçamos unidos em oração!

[Antes de despedir-se, o Papa voltou a falar com os peregrinos:]

Saúdo, por último, a quantos se encontram em localidades de férias, desejando que passem dias serenos de fecundo descanso físico e espiritual. Não me esqueço de quem não pode desfrutar de um tempo de descanso e de férias: penso nos enfermos nos hospitais, nos encarcerados, nos anciãos, nas pessoas sozinhas, e em quem passa o verão no calor das cidades. A cada um asseguro minha afectuosa proximidade e a lembrança na oração. Bom domingo a todos!

Fonte. zenit.org


Recolha de António Ferreira

Angelus na Jornada Mundial da Juventude - Convite de Deus a Maria

SYDNEY, domingo, 20 de Julho de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos as palavra que Bento XVI pronunciou antes e depois da oração do Angelus, ao meio-dia deste domingo, no hipódromo de Randwick, em Sydney, após a missa de encerramento da JMJ.

Prezados jovens amigos,

Preparamo-nos agora para rezar juntos a oração encantadora do Angelus. Nela reflectiremos sobre Maria, jovem mulher em diálogo com o Anjo que, em nome de Deus, A convida a uma particular doação de Si mesma, da sua vida, do seu próprio futuro de mulher e mãe. Podemos imaginar como deveria sentir-Se Maria naquele momento: cheia de trepidação, totalmente baralhada com a perspectiva que Lhe foi apresentada.
O Anjo compreendeu a sua ansiedade e logo procurou tranquilizá-La: «Não tenhas receio, Maria (…). O Espírito Santo virá sobre Ti e a força do Altíssimo estenderá sobre Ti a sua sombra» (Lc 1, 30.35). Foi o Espírito que Lhe deu a força e a coragem para responder ao chamamento do Senhor. Foi o Espírito que A ajudou a compreender o grande mistério que estava para se realizar por meio d'Ela. Foi o Espírito que A envolveu com o seu amor, tornando-A capaz de conceber no seu ventre o Filho de Deus.

Esta cena constitui talvez o momento cardinal na história do relacionamento de Deus com o seu povo. Ao longo do Antigo Testamento, Deus fora-Se revelando de forma parcial mas gradual, como todos fazemos nas nossas relações pessoais. Foi preciso tempo para que o povo eleito aprofundasse a sua relação com Deus. A Aliança com Israel foi uma espécie de período de galanteio, um longo namoro. Chegou depois o momento definitivo, o momento do matrimónio, a realização duma nova e eterna aliança. Naquele momento, Maria, diante do Senhor, representava toda a humanidade: na mensagem do Anjo, era Deus que fazia uma proposta de matrimónio à humanidade; e Maria, em nosso nome, disse sim.

Nas fábulas, a narração termina aqui: e todos, «desde então, viveram felizes e contentes». Na vida real, não é tão fácil… Foram muitas as dificuldades com que Maria Se debateu ao enfrentar as consequências daquele «sim» dito ao Senhor. Simeão profetizou que uma espada haveria de trespassar-Lhe o coração. Quando Jesus tinha doze anos, Ela experimentou os piores íncubos que um progenitor pode viver: durante três dias, teve de aguentar o extravio do Filho. E, depois da actividade pública de Jesus, Ela sofreu a agonia de presenciar a sua crucifixão e morte. Através das várias provações, manteve-Se sempre fiel à sua promessa, sustentada pelo Espírito de fortaleza. E foi por isso mesmo recompensada com a glória.

Queridos jovens, também nós devemos permanecer fiéis ao «sim» com que acolhemos a oferta de amizade feita pelo Senhor. Sabemos que Ele nunca nos abandonará. Sabemos que sempre nos apoiará com os dons do Espírito. A «proposta » do Senhor, Maria acolheu-a em nosso nome. E agora, voltemo-nos para Ela e peçamos-Lhe que nos guie no meio das dificuldades para permanecermos fiéis àquele relacionamento vital que Deus estabeleceu com cada um de nós. Maria é o nosso exemplo e a nossa inspiração. Que Ela interceda por nós junto do seu Filho e, com amor materno, nos proteja dos perigos!

Depois do Angelus

Queridos amigos,

Chegou agora o momento de dizermos «Adeus», ou melhor, «Até à próxima». A todos vos agradeço por terdes participado na Jornada Mundial da Juventude 2008, aqui em Sidney, e espero voltar a ver-vos daqui a três anos. A Jornada Mundial da Juventude de 2011 terá lugar em Madrid, Espanha. Até lá, rezemos uns pelos outros, e prestemos a Cristo o nosso jubiloso testemunho diante do mundo. Que Deus vos abençoe a todos!

Fonte: zenit.org
Recolha de António Ferreira

Um Político Australiano Explica ao Papa que há "Cinco Tipos de Católicos"

John Herron foi embaixador em Irlanda, na Santa Sé, ministro, e senador 11 anos.

É um curiosidade de tantas que se tem dado em Austrália com a visita do Papa a Sydney. O protagonista é John Herron, que foi senador em Austrália durante 11 anos, Ministro de Assuntos Aborígenes, Embaixador na Irlanda e na Santa Sé e actualmente é presidente do Conselho Nacional sobre as Drogas.

Pediram-lhe para ser "embaixador do Dia Mundial da Juventude", um cargo que consiste basicamente em promover a jornada em médios e foros públicos e aceitou. Entrevistado no Camberra Times, explica que se encontrou com o Papa Bento XVI para explicar-lhe os cinco tipos de católicos que há. São estes:

- os católicos esporádicos: recorrem à fé só quando tem problemas ou estão stressados.

- os católicos nominais: limitam-se a pôr uma cruzinha no censo quando lhes perguntam "qual destas é a sua religião?"

- os católicos anticatólicos: foram baptizados mas odeiam o catolicismo ("há muitos destes por aí", respondeu o Papa a Herron).

- os católicos de "cafetaria": petiscam daqui e de lá e deixam o que não gostam.

- e, finalmente, os católicos praticantes, disse Herron ao Papa... "como o Santo Padre e eu".



Recolha de António Ferreira

Bento XVI e Peregrinos Unidos no Ponto Culminante das JMJ 2008

Missa junta multidão em volta do Papa no maior evento juvenil do mundo católico

Milhares de pessoas juntaram-se hoje a Bento XVI para o ponto alto da Jornada Mundial da Juventude 2008, em Sidney. No hipódromo de Randwick, o Papa preside à Missa dominical, o seu último encontro com os peregrinos de todo o mundo.

A celebração iniciou-se ao som do Gregoriano, após a chegada do papamóvel, por entre a multidão. O Cardeal George Pell, Arcebispo da Austrália, saudou Bento XVI e falou da Igreja "jovem" e "viva", apesar de aparecer tantas vezes desfigurada. A seca que atinge várias partes do país foi ainda motivo para um pedido especial de oração, para que a chuva chegue a "esta terra Austral do Espírito Santo".

Após as leituras em espanhol, francês, italiano e inglês, a aclamação ao Evangelho voltou a dar atenção às comunidades da Oceânia, desta vez das Ilhas Fiji, com cantos e danças tradicionais.

Na sua homilia, o Papa pediu uma "nova geração" de Apóstolos, prontos a levar "Cristo ao mundo" e a dar vida a uma "nova era".

"Não tenham medo de dizer sim a Jesus", apelou, numa passagem que foi sublinhada com uma salva de palmas.

"Uma nova geração de cristãos, revigorada pelo Espírito e inspirando-se a uma rica visão de fé, é chamada a contribuir para a edificação dum mundo onde a vida seja acolhida, respeitada e cuidada amorosamente, e não rejeitada nem temida como uma ameaça e, consequentemente, destruída", disse.

"Uma nova era em que o amor não seja ambicioso nem egoísta, mas puro, fiel e sinceramente livre, aberto aos outros, respeitador da sua dignidade, um amor que promova o bem de todos e irradie alegria e beleza. Uma nova era na qual a esperança nos liberte da superficialidade, apatia e egoísmo que mortificam as nossas almas e envenenam as relações humanas", prosseguiu.

Por isso, Bento XVI deixou aos presentes um convite: "Prezados jovens amigos, o Senhor está a pedir-vos que sejais profetas desta nova era, mensageiros do seu amor, capazes de atrair as pessoas para o Pai e construir um futuro de esperança para toda a humanidade".

O Papa afirmou que "na Austrália, nesta grande «Terra Austral do Espírito Santo», tivemos todos uma inesquecível experiência da presença e da força do Espírito na beleza da natureza".

"Também aqui, nesta grande assembleia de jovens cristãos vindos de todo o mundo, tivemos uma experiência concreta da presença e da força do Espírito na vida da Igreja. Vimos a Igreja na profunda verdade do seu ser: Corpo de Cristo, comunidade viva de amor, que engloba pessoas de toda a raça, nação e língua, de todos os tempos e lugares, na unidade que brota da nossa fé no Senhor ressuscitado", acrescentou.

Segundo Bento XVI, "o amor de Deus pode propagar a sua força, somente quando lhe permitimos que nos mude a partir de dentro". "Temos de O deixar penetrar na crosta dura da nossa indiferença, do nosso cansaço espiritual, do nosso cego conformismo com o espírito deste nosso tempo. Só então nos será possível consentir-Lhe que acenda a nossa imaginação e plasme os nossos desejos mais profundos", apontou.

"Estais a viver a vossa existência de modo a dar espaço ao Espírito no meio dum mundo que quer esquecer Deus ou mesmo rejeitá-Lo em nome de uma falsa noção de liberdade?", questionou.

Nesta celebração, o Papa ministra o Sacramento da Confirmação a um grupo de jovens, como forma de reforçar a importância do Espírito Santo na vida da Igreja.

Bento XVI explicou na sua homilia que "ser «selados com o Espírito» significa (...) não ter medo de defender Cristo, deixando que a verdade do Evangelho permeie a nossa maneira de ver, pensar e agir, enquanto trabalhamos para o triunfo da civilização do amor".

"Em cada idade e nas mais diversas línguas, a Igreja continua a proclamar pelo mundo inteiro as maravilhas de Deus, convidando todas as nações e povos a abraçar a fé, a esperança e a nova vida em Cristo", frisou.

Na oração dos fiéis, em sudanês, reza-se por todos os cristãos "que não podem servir abertamente o Senhor por causa de pressões políticas, instabilidade ou medo".

FONTE: AGENCIA.ECCLESIA


Recolha de António Ferreira

1ª Convenção Nacional da Família

Braga, 12 e Julho de 2008

TERMINOU A I CONVENÇÃO NACIONAL DA FAMÍLIA SOBRE O TEMA
"DESAFIOS ACTUAIS DA FAMÍLIA".

Uma organização da associação In Família, com a parceria de outras associações de família e escolas de gestão, que pretendia ser uma referência nacional para todos aqueles que se preocupam com os assuntos da família e com os desafios que actualmente atravessa.

O presidente da Associação In Família, Fernando Almeida, explica à Agência ECCLESIA que a I Convenção Nacional quis reafirmar posições assumidas por todos quantos "se casam, pois comprometem-se para, em todos os quadros, estarem juntas". A mensagem final deseja "reassumir o conceito de dom e compromisso para as nossas famílias".

A Convenção queria abordar três grandes temas "essenciais para o contexto das famílias", explica Fernando Almeida. Casamento e divórcio, liberdade de educação e a conciliação entre trabalho e família.

A Lei do divórcio, recentemente aprovada em Assembleia da República, foi abordada por Matilde Sousa Franco, deputada independente da bancada socialista, que advertiu que a nova Lei do Divórcio vai contribuir para um sério agravamento da violência e desagregação social.

A deputada prevê uma desagregação social e um aumento da violência, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido. "É evidente que vai haver mais divórcios e uma desagregação social gravíssima, bem como um aumento da violência".

Matilde Sousa Franco não entende por que é que o PS resolveu aprovar esta lei, "até porque tinham sido apresentadas há um ano algumas ideias pelo Bloco de Esquerda, este ano surgiram mais algumas… e foi-se atrás disso", lamentou.

Fernando Almeida dá conta à Agência ECCLESIA que foi feita uma denúncia acerca da lei do divórcio. "Novos paradigmas de vida, alterações de valores éticos, morais e culturais", explica, recordando que "é impensável que duas pessoas se divorciem por alteração das faculdades mentais de um dos cônjuges". O Presidente da In Família explica que "isto é inumano".

No que respeita à educação, "foi defendido o conceito de serviço público de educação, contra o que consideramos uma educação de cariz sufocador, que é o que tem vindo a acontecer em Portugal".

Fernando Almeida explica ainda que se manifestaram contra "rumos burocráticos e ideológicos veiculados no nosso sistema educativo", que "não dá lugar às famílias que querem apostar em projectos educativos familiares".

No terceiro grande tema foi defendido o conceito de "integração entre o trabalho e a família". Fernando Almeida explica que este modelo pressupõe que "uma visão integral da vida das pessoas".

Existem ainda hoje alguns preconceitos e obstáculos que podem funcionar como agentes impeditivos para que as mulheres atinjam lugares cimeiros na escada empresarial. Esta convicção é de Maria Nuria Chinchilla, especialista mundial em conciliação trabalho e família e professora e investigadora nas Universidades de Harvard e Stanford.

O desafio para as empresas é para a igualdade, pois segundo a investigadora, "a maternidade é a principal causa de discriminação no trabalho". Nuria Chinchilla defendeu que um dos principais problemas que se colocam em particular às mulheres, é o facto de "não termos tempo nem energia para construir famílias".

Para Nuria Chinchilla, não há um, mas dois tectos que impedem as mulheres de alcançarem a "penthouse" profissional. O "tecto de cristal", que encerra em si o escasso apoio existente, tanto em casa como no trabalho, e o difícil acesso à informação e à rede de contactos masculina. Acresce ainda o denominado "tecto de cimento", que indica que de acordo com estatísticas apresentadas, 33 por cento das mulheres recusam promoções devido à dificuldade de conciliar trabalho e família.

A cultura de longas jornadas laborais, duplas e triplas (a saber, trabalho, filhos e, muitas vezes, pais inclusive) aliada à ausência da flexibilidade laboral, gera stress e consequentes doenças associadas. A investigadora salientou ainda a discrepância salarial entre homens e mulheres.

Com Rádio Renascença

Fonte: agencia.ecclesia.pt



Recolha de António Ferreira

Actualidade de S. Paulo Num Mundo Multireligioso

Primeira catequese do novo ciclo sobre o apóstolo dos gentios


CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 2 de Julho de 2008 (ZENIT.org).- Em um mundo multicultural e multirreligioso, São Paulo tem uma mensagem particularmente actual, considera Bento XVI.

O pontífice apresentou nesta quarta-feira o exemplo de apóstolo dos povos, em particular sua capacidade para assimilar os grandes valores filosóficos de sua época e de harmonizá-los sem trair no mínimo a sua fé em Jesus Cristo.

Deste modo, começou um novo ciclo de catequeses --em seu encontro semanal com os fiéis-- dedicado a Paulo de Tarso, por ocasião do Ano Paulino (de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009), que ele mesmo convocou para celebrar os dois mil anos de nascimento do apóstolo.

Sua primeira intervenção, celebrada na Sala Paulo VI do Vaticano, com a participação de quase dez mil peregrinos, se concentrou em apresentar uma análise do ambiente na qual o santo viveu, pois – como assinalou – «o contexto sociocultural de hoje não é muito diferente do de então».

O bispo de Roma apresentou São Paulo como «homem de três culturas», «levando em conta sua origem judaica, seu idioma grego e sua prerrogativa de "civis romanus", como testemunha também o nome de origem latina».

«A visão universalista típica da personalidade de São Paulo, ao menos do Paulo cristão que surgiu após a queda no caminho de Damasco, deve certamente seu impulso básico à fé em Jesus Cristo, enquanto a figura do Ressuscitado supera todo particularismo», reconheceu o pontífice.

De fato, «para o apóstolo, "já não há judeu nem grego; nem escravo nem livre; nem homem nem mulher, já que todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas3, 28). No entanto, a situação histórico-cultural de seu tempo e ambiente também influíram em suas opções e compromisso».

Em particular, o Papa mencionou como Paulo acolheu os valores positivos da filosofia estóica, que ainda que de maneira marginal, influiu no cristianismo das origens.

«Tudo o que há de verdadeiro, de nobre, de justo, de puro, de amável, de honrável, tudo o que for virtude e coisa digna de elogio, tudo isso levai-o em conta», diz o apóstolo em Filipenses (4, 8).

Um filósofo como Séneca, superando todo ritualismo exterior, ensinava que «Deus está perto de ti, está contigo, está dentro de ti» (Cartas a Lucilio, 41, 1), recordou Bento XVI.

Do mesmo modo, quando Paulo se dirige a um auditório de filósofos epicuristas e estóicos no Areópago de Atenas, diz textualmente que «Deus... não habita em santuários fabricados por mãos humanas..., pois nele vivemos, nos movemos e existimos» (Actos dos Apóstolos 17, 24.28).

«Deste modo, ele se faz certamente eco da fé judaica em um Deus que não pode ser representado em termos antropomórficos, mas se põe também em uma longitude de onda religiosa que seus ouvintes conheciam bem», declarou o Papa.

Após seu olhar sobre o ambiente cultural do século I da era cristã, o Papa concluiu constatando que «não é possível compreender adequadamente São Paulo sem situá-lo no contexto tanto judeu como pagão de seu tempo».

«Mas tudo isso é igualmente válido para o cristianismo em geral, do qual o apóstolo Paulo é um paradigma de primeiro plano, de quem todos temos ainda tanto que aprender e este é o objectivo do Ano Paulino: aprender de São Paulo a fé, aprender dele quem é Cristo, aprender, em definitivo, o caminho para uma vida recta», concluiu.
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Na tarde desta quarta-feira, o Papa se trasladou à residência pontifícia de Castel Gandolfo, a 30 quilómetros de Roma.

A partir desta semana, como é já habitual, o Santo Padre dirigirá a oração do Angelus dos próximos domingos no pátio interno do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.

Bento XVI viajará de 12 a 21 de Julho a Sydney, na Austrália, para presidir a Jornada Mundial da Juventude.

Fonte: zenit.org

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Recolha de António Ferreira

Portugal Terá um Novo Santo

Reconhecido milagre do beato Nuno Álvares Pereira

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 3 de Julho de 2008 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI autorizou esta quinta-feira a Congregação para as Causas dos Santos promulgar os decretos que reconhecem um milagre e as virtudes heróicas do beato português Nuno Álvares Pereira.
Com isso, abriram-se as portas à canonização do leigo, general, e depois professo na Ordem do Carmo, que viveu de 1360 a 1431, e foi beatificado pelo Papa Bento XV em 1918.

Segundo informa Agência Ecclesia, a cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que havia sofrido lesões no olho esquerdo em conseqüência de queimadura.

A cura de Guilhermina de Jesus, depois de ter pedido a intervenção do beato, foi observada por diversos médicos em Portugal e foi analisada por uma equipe de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram milagrosa.

Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável ou Beato Nuno de Santa Maria, nasceu no dia 24 de Junho de 1360, no Castelo do Bonjardim.
Casou-se em 1377 com Leonor de Alvim. Do casamento nasceu uma filha: Dona Beatriz Pereira de Alvim.

Vendo ameaçada a independência de Portugal perante Castela, aceita o convite de João, o Mestre de Avis, de ser Regedor e Defensor do Reino.

Após vencer várias batalhas (entre elas a célebre de Aljubarrota, recordada por Camões nos Lusíadas, quando supera um exército castelhano cinco vezes maior), e já viúvo, inicia a construção do Convento do Carmo, em Lisboa.

Em 1422 partilha seus bens e torna-se leigo professo carmelita. Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Permanece no Convento do Carmo até a morte, ocorrida em 1431, aos 71 anos.

Fonte: zenit.org


Recolha de António Ferreira

Cristãos e Muçulmanos: Dois Modos de Falar de Deus

Um documento do episcopado francês mostra os pontos em comum e as diferenças
Será que cristãos e muçulmanos têm a mesma ideia de Deus? As diferenças são só modos diversos de apresentar o mesmo Deus? A comissão doutrinal do episcopado francês, acaba de publicar um documento onde assinala os pontos em comum, mas destaca as divergências que fazem com que " a nossa percepção do mistério de Deus não seja a mesma".

Data: 19 Junho 2008

O documento começa por afirmar os pontos de convergência entre cristianismo e islão como religiões monoteístas. Recorda que o Concílio Vaticano II declara que "a Igreja olha com estima os muçulmanos que adoram o Deus único, vivo e subsistente, misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra, que falou aos homens" (Nostra aetate, n.3).

Ao falar de Deus, "Cristianismo e Islão podem reconhecer-se sem grande dificuldade se se trata do Deus com o qual a criatura humana pode estar em relação mediante o acto de fé, a oração, o desejo de cumprir a sua vontade, de agradar-lhe e até de amá-lo (o que é verdade na corrente mística do Islão), como entidade eterna, criadora e benevolente… Igualmente um enfoque metafísico revela numerosas semelhanças". Mas isto "não pode deixar na sombra as diferenças e inclusive as oposições radicais. O modo como os cristãos e muçulmanos falam de Deus é muito diferente".

A seguir, dá exemplos destas diferenças.

"O Islão insiste fortemente na unicidade de Deus e não pode aceitar a revelação do Cristianismo sobre o facto de que Deus é Pai, Filho e Espírito. Não se entende a noção de Trindade", que é impugnada em nome da rejeição do politeísmo.

Também não pode haver Encarnação. "Esta é, para o Islão, um atentado à transcendência de Deus". "Os muçulmanos recusam associar toda a criatura a Deus. Não é possível nem sério afirmar que um ser possa ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem".

O documento episcopal adverte que para um cristão " a impressão que emana de uma leitura do Corão é que a sua informação sobre o cristianismo é muito pobre e muitas vezes inexacta".

Com respeito a Jesus, "o Corão nega a sua morte na cruz. Na realidade, a crucifixão de Jesus teria sido para as testemunhas da cena uma aparência ou uma ilusão". "A salvação não vem de Jesus Cristo. Este foi só um grande profeta, que veio trazer aos homens o Evangelho, uma mensagem proveniente realmente de Deus, mas que foi deformada pelos cristãos. Jesus é, pois, um simples homem". Para o Islão,"Jesus ao ser um profeta, sofreu normalmente provas, mas como era verdadeiramente enviado de Deus, não podia experimentar um fracasso final".

"O Islão ignora toda a mediação e recusa o que lhe parece ser um obstáculo entre Deus e os homens, enquanto que para o Cristianismo, a salvação vem por Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os homens", acrescenta o texto.

Tanto para o Islão como para o Cristianismo, Deus fala aos homens e existem escrituras sagradas, "mas as concepções das revelações são muito diferentes: o Corão é fruto de um ditado de Deus a Maomé, é a palavra de Deus tal como a expressa e pronuncia o próprio Deus". O documento esclarece que esta posição maioritária é hoje objecto de debate entre os sábios muçulmanos, e alguns não duvidam em falar de interpretação do Corão. "Para os cristãos, Deus inspirou os autores bíblicos que escreveram os livros da Bíblia servindo-se das palavras e formas literárias do seu tempo".

Como para os muçulmanos as afirmações do Corão têm a autoridade da palavra de Deus, "o diálogo dogmático é muito difícil sobre as questões essenciais". No entanto é possível sobre outras questões da fé, "como a oração, a vida moral, a criação, o sentido do homem…"

Em conclusão, o documento afirma que para os cristãos e muçulmanos "a percepção do mistério de Deus não é a mesma. Para os cristãos, a Encarnação do Filho de Deus transformou as coisas".

Finalmente, cita-se a alocução que João Paulo II dirigiu aos jovens muçulmanos em Casablanca (19-08-1985), na qual assinalou os valores religiosos que cristãos e muçulmanos têm em comum: "uns e outros acreditamos num Deus, o Deus único, que é a própria justiça e misericórdia; acreditamos na importância da oração, do jejum e da esmola, da penitência e do perdão; acreditamos que Deus será para nós um juiz misericordioso no juízo final e esperamos que depois da ressurreição Ele alegrar-se-á em nós e nós seremos felizes com Ele".

Mas também indicou lealmente as diferenças. "A mais fundamental é evidentemente o nosso olhar sobre a pessoa e a obra de Jesus de Nazaré. Sabeis que, para os cristãos, esse Jesus lhes permite entrar num conhecimento íntimo do mistério de Deus e numa comunhão filial com os seus dons, de tal maneira que o reconhecem e proclamam Senhor e Salvador".

Aceprensa

Fonte: http://www.aceprensa.pt/


Recolha de António Ferreira

O Papa Concede Indulgência Plenária por Ocasião do Ano Paulino

Bento XVI concede a indulgência plenária por ocasião do Ano Paulino, proclamado para celebrar os dois mil anos de nascimento de São Paulo. A Penitenciaria Apostólica publicou Sábado o respectivo decreto, que abrange o período que vai de 28 de Junho próximo até 29 de Junho de 2009, Solenidade dos Santos Pedro e Paulo.

Pode-se lucrar a indulgência para si mesmo ou para os defuntos, visitando, em forma de peregrinação, a Basílica papal de São Paulo fora dos Muros, em Roma. São necessárias as habituais condições: a confissão, a comunhão e a oração segundo as intenções do papa, praticadas com espírito de arrependimento e destacado de todo pecado, mesmo venial.

O decreto estabelece ainda que podem obter a indulgência plenária também os fiéis das várias igrejas locais que, satisfeitas as exigências habituais, "participarem devotamente de uma função sacra ou de um piedoso exercício publicamente realizados em honra do Apóstolo dos Gentios, nos dias da abertura solene e do encerramento do Ano Paulino, em todos os lugares sagrados, e em outros dias determinados pelo Bispo local, nos lugares sagrados intitulados a São Paulo, e, para a utilidade dos fiéis, noutros lugares designados pelo mesmo Bispo".

A indulgência plenária é concedida também aos fiéis que, "impedidos por doença ou outra causa legítima e relevante" e com o propósito de satisfazer as habituais condições tão cedo quanto possível, se unirem espiritualmente a uma celebração jubilar em honra a São Paulo, oferecendo a Deus as suas orações e sofrimentos pela unidade dos cristãos.

Fonte: ecclesia.pt



NA DIOCESE DO PORTO

DECRETO


2 - Igrejas Designadas pelo Senhor Bispo onde se poderá obter a Indulgência Plenária, TODOS OS DOMINGOS:

Igreja Catedral
Igreja de S. Gonçalo (Amarante)
Igreja de S. Paulo do Viso (Porto)
Igreja Matriz de Santa Maria da Feira
Santuário de Nossa Senhora da Assunção (Santo Tirso)
Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Penafiel)
Santuário de Nossa Senhora de La Salette (Oliveira de Azeméis)
Santuário de Santa Quitéria (Felgueiras)
Santuário Diocesano de Santa Rita (Ermesinde)
Santuário do Menino Jesus de Praga (Avessadas – Marco de Canaveses)
Santuário do Monte da Virgem (V.N. de Gaia)

A deslocação em romagem de piedade a qualquer destas Igrejas lembra aos fiéis que vão a caminho ao encontro do seu Senhor e querem seguir os passos de S. Paulo pelas estradas do mundo a anunciar a Boa Nova.

Fonte: site da Diocese do Porto


PATRIARCADO DE LISBOA

Ano Paulino – DECRETO



Esta graça da Indulgência Plenária é concedida, nesse período, cumpridas as condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre):

1. Aos fiéis que, durante esse Ano Paulino, visitem a Basílica de São Paulo em Roma.

2. A todos os fiéis que, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, em qualquer lugar sagrado, participem em celebrações em honra dos Santos Apóstolos.

3. Para os fiéis do Patriarcado de Lisboa, no exercício da faculdade concedida pelo referido Decreto da Penitenciaria Apostólica, determino que possam receber a graça da Indulgência Plenária, nas condições já referidas:

3.1. Na Igreja de São Paulo de Lisboa e na Igreja de São Paulo da Malveira, TODOS OS DIAS DO ANO PAULINO, desde que participem numa celebração na referida Igreja.

3.2. Na Sé Patriarcal em TODOS OS DOMINGOS DO ANO, dentro das mesmas condições.

Fonte: site do Patriarcado de Lisboa
Recolha de António Ferreira

Cristãos Devem Dar Testemunho de Cristo Unidos

Papa convida todos os cristãos a participarem do Ano Paulino

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 30 de Junho de 2008 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI voltou a convidar ontem (dia 29 de Junho Solenidade de S. Pedro e S. Paulo) todos os cristãos a participarem das celebrações do Ano Paulino, durante a alocução pronunciada durante a oração do Angelus na Praça de São Pedro.

Este Ano Paulino, inaugurado no sábado passado à noite na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, «tem como baricentro Roma», em particular esta basílica e o lugar do martírio do Santo, em Tre Fontane, «mas envolverá a Igreja inteira, a partir de Tarso, cidade natal de Paulo, e dos demais lugares paulinos, meta de peregrinação na actual Turquia, como também na Terra Santa, e na ilha de Malta, onde o Apóstolo esteve após um naufrágio e onde deixou a semente fecunda do Evangelho».

«Na realidade, o horizonte do Ano Paulino não pode deixar de ser universal, porque São Paulo foi por excelência o apóstolo daqueles que com relação aos Hebreus eram 'os afastados', e que 'graças ao sangue de Cristo se converteram em 'próximos'».

Neste sentido, o Papa afirmou que «também hoje, em um mundo cada vez 'menor', mas onde muitíssimos ainda não encontraram o Senhor Jesus, o jubileu de São Paulo convida todos os cristãos a serem missionários do Evangelho».

Contudo, esta missão evangelizadora não se pode dar sem a unidade entre os cristãos, representada por Pedro, acrescentou.

Desta maneira, «os carismas dos dois grandes apóstolos são complementares para a edificação do único Povo de Deus e os cristãos não podem dar testemunho válido de Cristo se não estão unidos entre eles».

Neste sentido, explicou que a imposição do pálio aos arcebispos metropolitanos, celebrada momentos antes na Basílica de São Pedro, «põe de destaque o tema da unidade». Também, mostrou sua alegria pela presença do Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Batolomeu I, presente nestes dias em Roma para a abertura do Ano Paulino.

Fonte: zenit.org


Recolha de António Ferreira