QUARESMA - Os tempos penitenciais

1. Na pedagogia da Igreja, há tempos em que os cristãos são especialmente convidados à prática da penitência: a Quaresma e todas as Sextas-feiras do ano. A penitência é uma expressão muito significativa da união dos cristãos ao mistério da Cruz de Cristo. Por isso, a Quaresma, enquanto primeiro tempo da celebração anual da Páscoa, e a sexta-feira, enquanto dia da morte do Senhor, sugerem naturalmente a prática da penitência.

Jejum e abstinência

2. O jejum é a forma de penitência que consiste na privação de alimentos. Na disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se limitando a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que se pudesse tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições.
Ainda que convenha manter-se esta forma tradicional de jejuar, contudo os fiéis poderão cumprir o preceito do jejum privando-se de uma quantidade ou qualidade de alimentos ou bebidas que constituam verdadeira privação ou penitência.


3. A abstinência, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a abstenção de carne. Será muito aconselhável manter esta forma de abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um.
Contudo, devido à evolução das condições sociais e do género de alimentação, aquela concretização pode não bastar para praticar a abstinência como acto penitencial. Lembrem-se os fiéis de que o essencial do espírito de abstinência é o que dizemos acima, ou seja, a escolha de uma alimentação simples e pobre e a renúncia ao luxo e ao esbanjamento. Só assim a abstinência será privação e se revestirá de carácter penitencial.
Determinações relativas ao jejum e à abstinência


4. O jejum e a abstinência são obrigatórios em Quarta-Feira de Cinzas e em Sexta-Feira Santa.


5. A abstinência é obrigatória, no decurso do ano, em todas as sextas-feiras que não coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Esta forma de penitência reveste-se, no entanto, de significado especial nas sextas-feiras da Quaresma.


6. O preceito da abstinência obriga os fiéis a partir dos 14 anos completos.
O preceito do jejum obriga os fiéis que tenham feito 18 anos até terem completado os 59.
Aos que tiverem menos de 14 anos, deverão os pastores de almas e os pais procurar atentamente formá-los no verdadeiro sentido da penitência, sugerindo-lhes outros modos de a exprimirem.


7. As presentes determinações sobre o jejum e a abstinência apenas se aplicam em condições normais de saúde, estando os doentes, por conseguinte, dispensados da sua observância.
Determinações relativas a outras penitências


8. Nas sextas-feiras poderão os fiéis cumprir o preceito penitencial, quer fazendo penitência como acima ficou dito, quer escolhendo formas de penitência reconhecidas pela tradição, tais como a oração e a esmola, ou mesmo optar por outras formas, de escolha pessoal, como, por exemplo, privar-se de fumar, de algum espectáculo, etc.


9. No que respeita à oração, poderão cumprir o preceito penitencial através de exercícios de oração mais prolongados e generosos, tais como: o exercício da Via-Sacra, a recitação do Rosário, a recitação de Laudes e Vésperas da Liturgia das Horas, a participação na Santa Eucaristia, uma leitura prolongada da Sagrada Escritura.


10. No que respeita à esmola, poderão cumprir o preceito penitencial através da partilha de bens materiais. Essa partilha deve ser proporcional às posses de cada um e deve significar uma verdadeira renúncia a algo do que se tem ou a gastos dispensáveis ou supérfluos.


11. Os cristãos que escolherem como forma de cumprimento do preceito da penitência uma participação pecuniária orientarão o seu contributo penitencial para uma finalidade determinada, a indicar pelo Bispo diocesano.


12. Os cristãos depositarão o seu contributo penitencial em lugar devidamente identificado em cada igreja ou capela, ou através da Cúria diocesana. Na Quaresma, todavia, em vez desta modalidade ou concomitantemente com ela, o contributo poderá ser entregue no ofertório da Missa dominical, em dia para o efeito fixado.
As formas de penitência não se excluem mas completam-se mutuamente


13. É aconselhável que, no cumprimento do preceito penitencial, os cristãos não se limitem a uma só forma de penitência, mas antes as pratiquem todas, pois o jejum, a oração e a esmola completam-se mutuamente, em ordem à caridade (Normas publicadas com data de 28 de Janeiro de 1985).
Fonte: Directório Litúrgico para Portugal, 2008, pág. 35


A RAZÃO DE SER DO JEJUM


É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.

O abster-se de comida e bebida tem como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como «atitude consumística».

Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito frequentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem.

Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as actividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.

O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.

Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.
Fonte: Celebração Litúrgica: http://www.cliturgica.org/ Ano A, nº 2
Recolha de António Ferreira

7 Conselhos para Viveres a Quaresma

1. Se gostas da Rádio Sim, provavelmente lembras que a vivência da Quaresma mudou, ou foi esquecida. Dá-se mais relevo ao Carnaval, e até a semana santa se tornou tempo de turismo. Alteraram-se os tempos. E os cristãos? Tu também?

2. A Quaresma é tempo de purificação, na perspectiva da Páscoa. Não é quarentena, e muito menos Ramadão. Também não é deserto, mas quase retiro itinerante. A Quaresma é exame de consciência, é lavagem, é promessa…

3. Conheces os mandamentos e a disciplina da Igreja? Todavia, é sempre necessário recapitular, para cumprir, pois o cristão tem dimensão comunitária. Não basta dizeres, brincando, que tens saudades do bacalhau à 6ª feira

4. Se te absténs de qualquer iguaria dispensável, fazes ascese, e o teu corpo agradece. Se te privas de algo supérfluo, pode ser um cigarro ou um doce, e partilhas o que poupaste, és irmão atento.

5. A chamada renúncia quaresmal tem sempre esse sentido de moderação e de solidariedade. Se te quiseres libertar de qualquer outra "pertença", ficarás mais livre, e talvez mais rico

6. Permitirás que cite o Catecismo, para sublinhar que a Quaresma é tempo mais "apropriado para exercício espiritual, liturgia penitencial, peregrinação, esmola e partilha fraterna" (1438). Experimenta.

7. À maneira de conclusão: a caminhada quaresmal é tempo de te rebaptizares por dentro, de prometeres ser mais coerente e santo, de pensares nos outros e os ajudares. Assim a tua quase quarentena já e Páscoa.
F.S.

Fonte: síntese, Março-Abril, 2009, pág. 25

Recolha de António Ferreira

Direito de influência

Quando não há convicções não há influência. Os pais demitem-se de influenciar os filhos, os mestres demitem-se de influenciar os alunos, os artistas de influenciar os gostos.
Assim, os que acham que a Igreja Católica não tem o direito de manifestar a sua opinião, de influenciar os políticos, os legisladores, os educadores, pretendem ficar sozinhos no campo de influenciar a sociedade.
Quer-se uma sociedade indiferente, bem anestesiada pelo relativismo ético, pronta a aceitar os progressos destruidores.
Quando é que alguns dos articulistas da nossa praça comunicacional respeitam quem defenda posições divergentes das suas, livremente, segundo a consciência e o dever da sua missão? Será que só eles têm o direito a influenciar a opinião pública?
A Igreja Católica, ao aproximar-se dos verdadeiros problemas do mundo actual e ao esforçar-se por indagar uma resposta, tal como intenta fazer sob impulso do II Concílio do Vaticano, aceita a pluralidade de culturas e a autonomia do mundo contemporâneo.
Olha o mundo, a sociedade, mais como humanidade-companheira-do-caminho do que inimigo-secularizador.
Está consciente da decadência de convicções, da fragilidade da afirmação, da identidade da diferença.
Não apontem a Igreja como adepta da homofobia, porque todas as fobias são doentias, mas não queiram a homologia do pensamento, por favor.
Juntar iguais, fugir da complementaridade, afastar-se da integração do diferente é depauperar a convivência social.
O debate de ideias tem pontos de partida, e por vezes de partido, cuja identificação não dificulta a busca da verdade, antes é via essencial de clarificação.
Ao intervir e manifestar a defesa de valores não pretende a Igreja ganhar votos, mas fortalecer quem optou por ser discípulo de Cristo e anunciar sem medo o que considera ser o melhor para a dignidade do ser humano, seja agradável ou não.
Não é para manifestar poder que declara as suas posições, mas tão-só por convicção profunda da beleza e bondade da proposta, que sabe difícil de viver também pelos seus.
Aqui o direito de influenciar é também dever.
D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa
Recolha de Pe. Joaquim Mário Andrade

A ciência não nega DEUS

Temos visto ultimamente uma empreitada de cientistas ateus que querem usar a Ciência para negar Deus, como se pudessem explicar o mundo e o homem, estão longe disso. A Edição 443 - 13/11/2006 - da revista Época trouxe uma reportagem (A Igreja dos novos ateus) sobre um grupo de cientistas ateus que partiram para uma "cruzada contra a fé" no mundo, entre eles o filósofo americano Daniel Dennett, Richard Dawkins, Sam Harris, e outros.Em contraponto a essa onda de ateísmo, o renomado cientista americano Francis Collins, desmente os seus colegas ateus de que a Ciência exclui Deus. Ele é um dos cientistas mais respeitados do mundo; é o biólogo que desvendou o genoma humano, Diretor do "Projeto Genoma Humano", patrocinado pelo governo dos EUA. Em 2001, Dr. Collins foi responsável pelo mapeamento do DNA humano. É o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo, Ele explica porque é possível aceitar a teoria da evolução sem desprezar a Deus e a Sua ação na Criação. (Veja, Edição n. 1992 de 24 jan 07)Dr. Collins lançou recentemente nos Estados Unidos o livro "The Language of God" (A Linguagem de Deus), com 300 páginas onde conta como deixou de ser "ateu insolente" para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé. Ele afirma: "As sociedades precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares". Veja algumas de suas afirmações mais importantes:
Sobre a sua conversão aos 27 anos ele diz:
"Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.""Falo de questões filosóficas que transcendem a ciência, que fazem parte da existência humana. Os cientistas que se dizem ateus têm uma visão empobrecida sobre perguntas que todos nós, seres humanos, nos fazemos todos os dias. "O que acontece depois da morte?" ou "Qual é o motivo de eu estar aqui?". Não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar que a vida não é um simples episódio da natureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. Esse lado filosófico da fé, na minha opinião, é uma das facetas mais importantes da religião. A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso. Civilizações que tentaram suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência – como, recentemente, a União Soviética de Stalin e a China de Mao – falharam. Precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse conhecimento para melhorar as condições humanas. Mas a ciência deve permanecer em silêncio nos assuntos espirituais."
Sobre a posição dos cientistas ateus, como Richard Dawkins:
"Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda existem. É o que nos cabe."
Sobre os erros das religiões:
"Apesar de tudo o que já aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas em nome da religião. Pense em Madre Teresa de Calcutá ou em William Wilberforce, o cristão inglês que passou a vida lutando contra a escravatura. O problema é que a água pura da fé religiosa circula nas veias defeituosas e enferrujadas dos seres humanos, o que às vezes a torna turva. Isso não significa que os princípios estejam errados, apenas que determinadas pessoas usam esses princípios de forma inadequada para justificar suas ações. A religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade."
Sobre o "design inteligente":
"Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na armadilha a que chamo de "lacuna divina". Lamento que o movimento do design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o "bacterial flagellum", um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas. Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes. No curso de longos períodos de tempo, as máquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evolução."
Sobre a compatibilidade da teoria da Evolução e Deus:
"Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?"
Sobre a Biblia:
"Santo Agostinho, no ano 400, alertou para o perigo de se achar que a interpretação que cada um de nós dá à Bíblia é a única correta, mas a advertência foi logo esquecida. Agostinho já dizia que não há como saber exatamente o que significam os seis dias da criação. Um exemplo de que uma interpretação unilateral da Bíblia é equivocada é que há duas histórias sobre a criação no livro do Gênesis, 1 e 2 – e elas são discordantes. Isso deixa claro que esses textos não foram concebidos como um livro científico, mas para nos ensinar sobre a natureza divina e nossa relação com Ele. Muitas pessoas que crêem em Deus foram levadas a acreditar que, se não levarmos ao pé da letra todas as passagens da Bíblia, perderemos nossa fé e deixaremos de acreditar que Cristo morreu e ressuscitou. Mas ninguém pode afirmar que a Terra tem menos de 10 000 anos a não ser que se rejeitem todas as descobertas fundamentais da geologia, da cosmologia, da física, da química e da biologia."
Sobre a ressurreição, milagres, etc.:
"Eu acredito na Ressurreição. Também acredito na Virgem Maria e em milagres. A questão dos milagres está relacionada à forma como se acredita em Deus. Se uma pessoa crê e reconhece que Ele estabeleceu as leis da natureza e está pelo menos em parte fora dessa natureza, então é totalmente aceitável que esse Deus seja capaz de intervir no mundo natural. Isso pode aparecer como um milagre, que seria uma suspensão temporária ou um adiamento das leis que Deus criou. Eu não acredito que Deus faça isso com freqüência – nunca testemunhei algo que possa classificar como um milagre. Se Deus quis mandar uma mensagem para este mundo na figura de seu filho, por meio da Ressurreição e da Virgem Maria, e a isso chamam milagre, não vejo motivo para colocar esses dogmas como um desafio para a ciência. Quem é cristão acredita nesses dogmas – ou então não é cristão. Faz parte do jogo."
Sobre a genética comportamental:
"Esses argumentos podem parecer plausíveis, mas não há provas de que o altruísmo seja uma característica do ser humano que permite sua sobrevivência e seu progresso, como sugerem os evolucionistas. Eles querem justificar tudo por meio da ciência, e isso acaba sendo usado para difundir o ateísmo. Há muitas teorias interessantes nessa área, mas são insuficientes para explicar os nobres atos altruístas que admiramos. O recado da evolução para cada um de nós é propagar o nosso DNA e tudo o que está contido nele. É a nossa missão no planeta. Mas não é assim, de forma tão lógica, que entendo o mundo, muito menos o altruísmo e a religiosidade. Penso em Oskar Schindler, que se sacrificou por um longo período para salvar judeus, e não pessoas de sua própria fé. Por que coisas desse tipo acontecem? Se estou caminhando à beira de um rio, vejo uma pessoa se afogar e decido ajudá-la mesmo pondo em risco a minha vida, de onde vem esse impulso? Nada na teoria da evolução pode explicar a noção de certo e errado, a moral, que parece ser exclusiva da espécie humana."
Prof. Felipe Aquino
Recolha de António Ferreira

A CRIAÇÃO NÃO EXCLUI A EVOLUÇÃO, NEM O CONTRÁRIO

Dom Odilo Scherer comenta polémica em torno de Darwin

SÃO PAULO, quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O aniversário dos 200 anos do nascimento de Charles Darwin fez aparecer na opinião pública uma polémica entre criacionismo e evolucionismo, vistos muitas vezes como opostos e excludentes, quando não é assim, afirma o arcebispo de São Paulo.

«A criação não exclui a evolução, nem o contrário», destaca o cardeal Odilo Scherer, em artigo publicado na edição desta semana do jornal arquidiocesano «O São Paulo».

Segundo o arcebispo, «a evolução é um facto evidente e não pode ser posta em dúvida; porém, se ela explica como as coisas se diferenciam e mudam, por diversos factores, ela, contudo, não explica a origem absoluta dessas coisas».

«É um facto que somente evolui e se transforma aquilo que já existe. Donde, ou de quem cada ser recebeu a existência e a ordem interna para ser aquilo que é, e não outra coisa?»

«Do nada? – prossegue Dom Odilo –. Do nada, nada surge, a não ser que algum agente "crie", isto é, dê origem, tire do nada e faça existir algo. O acaso poderia ser este factor determinante? Como seria inteligente este acaso! A teoria do acaso é absurda. É melhor crer em Deus criador, isso não é absurdo.»

O arcebispo afirma que a evolução «explica "como" as coisas chegaram a ser aquilo que são, mas não explica o facto mesmo da existência das coisas, nem sua ordem interna e seu significado».

De acordo com Dom Odilo, também a hipótese da "explosão inicial" (Big bang), para explicar a origem do universo, «poderia ser apenas uma explicação parcial».

«É preciso explicar como passou a existir anteriormente um "algo", que pudesse explodir; e explicar também a existência de uma lógica maravilhosa na origem do universo, que foi capaz de organizá-lo e de torná-lo a maravilha que ele é, em vez de ser o caos infinito e permanente.»

Decididamente – prossegue o cardeal Scherer –, a evolução «também não explica a própria existência do universo».

«Mas ela, como a ciência no seu todo, procura explicar "como" as coisas existem, são feitas, funcionam e interagem. E nisso não precisam estar contra a fé em Deus; nem precisa a fé em Deus negar a ciência. O verdadeiro cientista também pode ser profundamente religioso», afirma.

Dom Odilo explica que neste debate ressurge a questão antiga da relação entre fé e razão, entre ciência e religião.

«Trata-se de duas formas diversas de aproximação da realidade: a razão requer argumentos controlados por ela e convincentes para ela mesma; daí decorre o conhecimento científico moderno, que submete tudo ao seu método próprio e verifica a possibilidade de comprovar, com instrumentos que lhe são próprios, as afirmações sobre as realidades deste mundo.»

«Aquilo que o método científico não verifica e comprova, também não pode ser afirmado pela ciência; mas seria falso concluir logo: portanto não existe. A realidade existente é maior que o método e nem tudo cabe dentro dos limites que o método científico impõe a si mesmo», explica.

De sua parte, o conhecimento pela fé «faz afirmações baseando-se na revelação divina e vai além daquilo que a ciência pode controlar. A fé não é contra a ciência, mas vai além da ciência».

«Não é preciso abandonar a fé em Deus criador para aceitar o facto da evolução, que faz parte da sabedoria criadora de Deus; é um dinamismo interno nas coisas, que faz com que o mundo não seja estático e morto, mas cheio de vitalidade, esperança e futuro», afirma o arcebispo.

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

11 de FEVEREIRO, DIA MUNDIAL DO DOENTE



BENTO XVI: «OBRA DE CURA DE JESUS PROLONGA-SE NA MISSÃO DA IGREJA»

Domingo 8 de Fevereiro, durante a oração do Angelus


CIDADE DO VATICANO, domingo, 8 de Fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir a intervenção do Papa Bento XVI durante a oração do Angelus, no Domingo 8 de Fevereiro, junto aos fiéis congregados na Praça de São Pedro.

* * *

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje o Evangelho (Cfr. Mc 1,29-39) – em estreita continuidade com o domingo passado – nos apresenta Jesus, que, após ter pregado no sábado na sinagoga de Cafarnaum, curou muitos enfermos, começando pela sogra de Simão. Entrou em sua casa, encontrou-a na cama com febre e, em seguida, tomando-a pela mão, curou-a e a fez levantar-se. Depois do pôr do sol, curou uma multidão de pessoas afligidas por males de todo tipo. A experiência da cura dos enfermos ocupou boa parte da missão pública de Cristo e nos convida uma vez mais a reflectir sobre o sentido e o valor da enfermidade em toda situação em que possa encontrar-se o ser humano. Esta oportunidade nos vem oferecida também pelo Dia Mundial do Doente, que celebraremos na próxima quarta-feira, 11 de Fevereiro, memória litúrgica da Beata Virgem Maria de Lurdes.

Apesar da enfermidade formar parte da existência humana, nunca conseguimos habituar-nos a ela, não só porque às vezes chega a ser pesada e grave, mas essencialmente porque estamos feitos para a vida, para a vida completa. Justamente nosso «instinto interior» nos faz pensar em Deus como plenitude de vida, e mais, como Vida eterna e perfeita. Quando somos provados pelo mal e nossas orações parecem resultar vãs, surgem em nós a dúvida e, angustiados, nos perguntamos: qual é a vontade de Deus? É precisamente a esta pergunta que encontramos respostas no Evangelho. Por exemplo, na passagem de hoje lemos que «Ele curou muitos que estavam oprimidos de diversas doenças, e expulsou muitos demónios. Não lhes permitia falar, porque o conheciam» (Mc 1, 34); em outra passagem de São Mateus se diz que «Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo» (Mt 4, 23). Jesus não deixa dúvidas: Deus – do qual Ele mesmo revelou seu rosto – é o Deus da vida, que nos livra de todo mal. Os sinais deste poder seu de amor são as curas que realiza: demonstra assim que o Reino de Deus está perto restituindo os homens e mulheres a sua plena integridade de espírito e de corpo. Digo que estas curas são sinais: guiam para a mensagem de Cristo, nos guiam para Deus e nos dão a entender que na verdade a mais profunda enfermidade do homem é a ausência de Deus, da fonte da verdade e do amor. E só a reconciliação com Deus pode dar-nos a verdadeira cura, a verdadeira vida, porque uma vida sem amor e sem verdade não seria verdadeira cura, a verdadeira vida. O Reino de Deus é precisamente a presença de verdade e de amor, e assim é cura no profundo de nosso ser.

Graças à acção do Espírito Santo, a obra de Jesus se prolonga na missão da Igreja. Mediante os Sacramentos é Cristo quem comunica sua vida à multidão de irmãos e irmãs, enquanto cura e conforta inumeráveis enfermos através das tantas actividades de assistência à saúde que as comunidades cristãs promovem com caridade fraterna mostrando assim o rosto de Deus, seu amor. É verdade: quantos cristãos – sacerdotes, religiosos e leigos – emprestaram e querem continuar a emprestar em todas as partes do mundo suas mãos, seus olhos e seus corações a Cristo, verdadeiro médico dos corpos e das almas! Oremos por todos os enfermos, especialmente pelos mais graves, que não podem de nenhuma forma prover a si mesmos, mas que dependem totalmente dos cuidados de outros; que cada um deles possa experimentar, na solicitude de quem está perto, o poder do amor de Deus e a riqueza de sua graça que nos salva. Maria, saúde dos enfermos, rogai por nós.
Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

CLARIFICAÇÃO SOBRE A PROJECTADA NOTA PASTORAL DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA EM FAVOR DO GENUÍNO CASAMENTO

O Conselho Permanente do Episcopado Português teve ontem a sua habitual reunião mensal, em Fátima. Entre os pontos da agenda, constava a preparação de uma Nota Pastoral em favor do genuíno casamento, o que naturalmente exclui os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Dadas algumas interpretações desfocadas de certos órgãos de comunicação social, sobre afirmações feitas na conferência de imprensa que se seguiu à dita reunião, desejo fazer os seguintes esclarecimentos:

1. A Igreja Católica em Portugal e, muito particularmente, os seus Bispos, deseja colaborar activamente, dentro do seu âmbito e especificidade, na construção de uma sociedade livre e democrática, no respeito das múltiplas diversidades, procurando a inclusão de todos, sem descriminar ninguém, por qualquer razão que seja: social, religiosa, cultural ou de género, acolhendo fraternalmente também os homossexuais.

2. Recordamos que o casamento entre um homem e uma mulher, e a consequente família, é uma instituição anterior à criação dos próprios Estados e aos seus ordenamentos jurídicos, que estes devem respeitar e promover. A verdade da vida humana assenta na complementaridade do homem e da mulher e o casamento, por definição e estrutura essencial, assenta sobre a heterossexualidade.

3. Qualquer iniciativa que um Estado ache por bem implementar para conceder direitos a um grupo humano que se constitui, por razões de amizade e ajuda, deverá ter um enquadramento jurídico claramente distinto do casamento e da família. Esta possível equiparação seria um erro antropológico com consequências graves para a estabilidade e consolidação da célula fundamental da sociedade que é a família, constituída por uma mulher e um homem que se unem em amor perene, aberta aos filhos que dela porventura nascerem.

4. A Igreja move‑se em favor de causas e valores, nunca contra ninguém nem contra qualquer grupo ou partido que se oriente por um ideário divergente ou mesmo oposto. Assim, perante qualquer eleição no campo da política (e no ano de 2009 vamos ter três actos eleitorais em Portugal), a Igreja pede que os católicos votem na liberdade segundo a sua consciência, esclarecida pelos princípios e a moral cristãos. Além disso, a Igreja Católica quer ser sempre factor de coesão e unidade, por meio do diálogo e de todas as boas práticas da fraternidade, evitando sempre tudo o que seja desrespeito ou confrontação com os órgãos de soberania, partidos e outras forças sociais da Nação. A firmeza da Igreja em defender os princípios que estruturam a base da convivência humana tem por fim promover a qualidade do bem‑estar social, sempre numa atitude aberta e dialogante.

Lisboa, 11 de Fevereiro de 2009

P. Manuel Morujão
Porta‑voz da Conferência Episcopal Portuguesa

Fonte: BOLETIM INFORMATIVO DO SANTUÁRIO DE FÁTIMA, 11 de Fevereiro de 2009, 16h30

Recolha de António Ferreira

CRISE: CÁRITAS PORTUGUESA PEDE ATENÇÃO ÀS FAMÍLIAS E AO EMPREGO

LISBOA, segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A Cáritas Portuguesa pediu que a classe política do país esteja atenta às famílias e ao emprego neste contexto de crise.

Em comunicado da Comissão Permanente do organismo, divulgado nesse sábado, afirma-se que, além dos trabalhos de revitalização da economia, «não se podem esquecer as preocupações concretas e quotidianas das famílias atingidas pela crise».

A Cáritas pede também «o apoio às pequenas e médias empresas, pois nelas reside o verdadeiro fortalecimento do tecido económico».

Além disso, «é ainda da mais elementar justiça apoiar todos aqueles e aquelas que por perda de emprego ou por endividamento excessivo vivem no desespero, muitos deles e delas vítimas de uma cultura consumista desregulada que promove o ter em detrimento do ser».

Outro motivo de preocupação e mais um indicador da gravidade desta crise, segundo a Cáritas, «é a falência da classe média que contribuiu para o recrudescimento da designada "pobreza envergonhada"».

«São cada vez mais as famílias desta classe social que recorrem à ajuda fraterna das comunidades cristãs e de outras instituições, encontrando aí as respostas possíveis às suas mais elementares necessidades».

A Cáritas pediu ainda «todo o empenho na criação e manutenção de emprego, não excluindo o apoio aos que, o tendo perdido, possam criar o seu próprio posto de trabalho».

«Mas é preciso ir mais longe», afirma o organismo. «É preciso que todos se apercebam que esta crise teve origem no homem que fez da ganância a sua cartilha de valores, no egoísmo que só se satisfaz na busca da riqueza, na aquisição de bens supérfluos, na vida superficial, sem valores espirituais nem solidariedade».

«Para a superação da crise, a Cáritas reafirma que hoje, como sempre aconteceu, continuará presente, em cada diocese, em cada paróquia, junto de todos os homens e mulheres de boa vontade, para ajudar todos os que estão verdadeiramente empenhados em construir uma sociedade mais humana e mais justa.»

«É preciso que todos nos mantenhamos vigilantes e empenhados na superação da crise. A própria Democracia o exige. Mas porque os tempos são tão preocupantes, é preciso que haja uma resposta solidária e invulgarmente forte. É nos momentos mais difíceis que se vê a verdadeira alma de um Povo», afirma o organismo.

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

Vittorio Messori, história de uma conversão

Uma vida para dar razão da fé


ROMA, quinta-feira, 27 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- História singular a do escritor Vittorio Messori. Autor de best-sellers, com milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Único autor que publicou um livro-entrevista com o Papa João Paulo II («Cruzando o limiar da esperança») e entrevistou o cardeal Joseph Ratzinger («Informe sobre a Fé»), que depois chegaria a ser Papa.
Somente «Cruzando o limiar da esperança» vendeu mais de 20 milhões de exemplares e foi traduzido a 53 idiomas.
E, contudo, até os 23 anos Messori não era nada católico. A família era agnóstica, e mais, anti-clerical. Foi criado e educado em uma cultura racionalista, indiferente ao mistério religioso e hostil à idéia de que Deus pudesse existir. Como estudante universitário, foi discípulo de professores do laicismo, como Norberto Bobbio e Galante Garrone. Logo passaria a ser jornalista no jornal La Stampa.
Era o verão de 1964, em Turim, quando já se entreviam os primeiros sinais do iminente maio de 1968, com os estudantes universitários que se alimentavam de Sigmund Freud, Karl Marx, Wilhelm Reich, o mundo católico se debatia nos problemas do pós-concílio Vaticano II. Neste contexto, Messori encontrou o Cristo que lhe mudou a vida.
A história do filho de um carpinteiro de Nazaré que dizia ser o Filho de Deus e que morreu inocente na cruz entrou tão profundamente na vida deste estudante universitário, que o primeiro livro que publicou, «Hipóteses sobre Jesus», converteu-se em um best-seller internacional.
Quem conta a conversão, as vivências, as experiências, os pensamentos de um católico que não atende a bagatelas, apologético com razão, sólido e realista, é o vaticanista Andrea Tornielli, que entrevistou Vittorio Messori, no livro publicado agora em italiano com o título «Por que creio. Uma vida para dar razão da fé» («Perché credo. Una vita per rendere ragione della fede», editora Piemme).
Neste diálogo austero e essencial, Messori relata que ninguém acreditava no êxito de «Hipóteses sobre Jesus». Muitos procuravam convencê-lo de que fizesse outra coisa. Os anti-clericais se mostraram hostis, mas também havia católicos ascéticos.
Os religiosos da editora «Sei», seus primeiros editores, estavam seguros de que o livro seria um fracasso editorial e por isso o mantiveram em uma gaveta durante mais de um ano e, na primeira edição, imprimiram só três mil exemplares.
Hoje, aquele livro superou um milhão de exemplares vendidos, foi traduzido a mais de 30 e apesar de que foi escrito a meados dos anos setenta, continua vendendo ainda mais de 20 mil exemplares por ano.
Messori explica, contudo, que o mérito não é seu, é Cristo quem continua interrogando a humanidade.
Um Cristo que continua provocando a discussão, como demonstra a recente falha de um juiz em Valladolid, Espanha, contra os crucifixos nas salas do colégio público Macías Picavea.
«Não me escandalizo nem rasgo as vestes pelo que aconteceu na Espanha – comenta Vittorio Messori à Zenit –, porque estou convencido de que um pouco de dificuldade e de hostilidade faz bem ao cristianismo, desperta e faz tomar consciência da própria identidade.»
«A história ensina: as perseguições foram oportunidades para que os cristãos se multiplicassem», explica.
Na introdução ao livro, Tornielli precisa que Messori «escreveu o livro que não encontrava».
Messori não procurava «análises sobre a sociedade, sobre a pobreza material e sobre suas causas, sobre o compromisso político e social dos católicos, sobre a aplicação das ciências humanas ao cristianismo».
O escritor convertido buscava respostas às perguntas: «O que há de verdade nesta história, neste relato do qual, há dois mil anos, se continua ouvindo o eco no mundo? Jesus Cristo é de verdade o Filho de Deus? Ele é realmente o Messias esperado por Israel, anunciado pelas profecias? E, sobretudo, ressuscitou mesmo?
Mas antes que mais nada, Messori buscava certezas sobre a historicidade daquele homem, vindo ao mundo em uma aldeia perdida do Império Romano, que mudou a história da humanidade com a revolução do amor caritativo.
No livro, Messori relata sua conversão, que foi precedida por um fato extraordinário, uma ligação de um tio materno que morreu jovem por um ictus cerebral. O escritor é pessoa racional e está seguro de que não sonhou nem sofreu alucinações.
Depois, em julho e agosto de 1964, enquanto trabalhava na central da então companhia telefônica Stipel, encontrou por acaso um exemplar dos Evangelhos. Lendo-o avidamente, aconteceu um fenômeno que Messori descreve como uma «luz de repente», um «encontro misterioso», quase físico, com Jesus.
O conhecido escritor se descreve como um «emiliano terráqueo» [da região italiana Emilia e com os pés na terra, N. do T.], sem vocação para a vida mística e ascética, e contudo narra que naqueles dois meses viveu «em uma experiência mística», que jamais teria imaginado nem pensado conhecer. Uma situação de luz plena «com a clareza de ter visto a Verdade, com toda sua força e evidência». Verdade que «me foi mostrada sem que o esperasse ou o merecesse».
Na introdução, Tornielli sustenta que Vittorio Messori «é uma figura atípica no panorama eclesial e cultural de hoje. Não tem papas na língua, nem fala o 'eclesialês', a típica linguagem cheia de auto-referências, com freqüência estereotipada e tanto mais repetitiva quanto menos ligada à real experiência humana. E não lhe pode facilmente situar neste ou naquele alinhamento. Não é tradicionalista, não é um moralista nem um teocon».
Tornielli relata que Messori tem um só grande remorso: «Constatar cada dia que a 'conversão da mente' – que foi e é total – com muita freqüência não é acompanhada pela 'conversão do coração'. E que, portanto, deve unir-se ao lamento do 'seu' Blaise Pascal: 'Quanta distância há, em mim, cristão, entre o pensamento e a vida!'».
Por Antonio Gaspari
Fonte: Agência Zenit

Recolha de António Ferreira

Notícias Interessantes


Milhares de norte-americanos protestam anualmente contra o aborto neste país WASHINGTON, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Milhares de pessoas estiveram na capital dos Estados Unidos para participar mais uma vez da «Marcha pela Vida», em 22 jan 2009. Este evento acontece desde 1974, todo dia 22 de janeiro, dia em que a Corte Suprema de Justiça legalizou o aborto neste país. Cerca de 200 mil manifestantes levantaram sua voz a favor dos não nascidos diante do Capitólio de Washington.«Temos um novo presidente que tem um poder gigante de mudar o rumo pró-vida dos Estados Unidos. Nosso país precisa dizer que o aborto é um crime terrível que mata humanos inocentes e temos de rezar para que esta nova administração tenha a previsão de assumi-lo», disse a Zenit Eileen Picket, uma professora do Ensino Fundamental que viajou de Connecticut para participar deste evento.


PARIS, 24/01/2009 (ACI).- Por quinto ano consecutivo milhares de pessoas de toda a Europa percorrerão as ruas de Paris na Marcha pela Vida, uma iniciativa que advoga pela defesa dos não nascidos e se converteu na reunião pró-vida anual maior do continente. Cada ano congrega mais pessoas de distintos países da Europa como a Itália, Espanha, Bélgica, Reino Unido, Polônia, Suíça, Alemanha e Irlanda, entre outros.A iniciativa começou no ano 2005 quando grupos pró-vida franceses se reuniram para comemorar o aniversário número 30 da legalização do aborto neste país com o lema "30 anos bastam".


VATICANO, 25/01/2009 (ACI).- A decisão do Presidente norte-americano Barack Obama de abrir o uso de recursos federais norte-americanos para a promoção do aborto no mundo, suscitou a primeira expressão de censura e desilusão do Vaticano.Um dia depois que Obama assinasse a ordem executiva aplaudida por organizações feministas e abortistas no mundo, o Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, o Arcebispo Rino Fisichella, disse que "entre as muitas coisas boas que poderia ter feito, Barack Obama escolheu pelo contrário, a pior". "O importante é saber quando escutar... sem fechar-se nas próprias visões ideológicas com a arrogância de uma pessoa que, por ter poder, pensa que pode decidir sobre a vida e a morte", adicionou o Prelado do Vaticano.


LONDRES, 28/01/2009 (ACI).- A imprensa inglesa difundiu a história de Emma Ray, uma jovem mãe de família conhecida agora como a "Bela Adormecida" de Shropshire. Embora os médicos davam seu caso por perdido, Emma despertou de um estado de vírgula profundo com um beijo.Faz dois anos, Emma Ray deu a luz a seu segundo filho Alexander, por cesariana. Dez dias depois sofreu um ataque cardíaco e ficou em estado de coma. Os médicos advertiram a seu marido Andrew que não podiam fazer mais por ela e que tinha as mesmas possibilidades de recuperar a consciência em algum momento, como de ficar em estado de coma de por vida.Andrew não se deixou abater. Acompanhava-a todo o tempo possível e começou a levar gravações com o pranto do recém-nascido e a voz de sua filha maior, Ela, gritando "acordada mamãe". "Punha-lhe as canções que dançamos em nosso matrimônio, falava-lhe com muita suavidade, tomava sua mão, tocava seus dedos, o tempo todo lhe dizia que a amava e lhe rogava que acordasse", lembra. Emma permanecia imóvel e silente. Mas duas semanas depois ocorreu o que eles chamam "um milagre". Andrew, um perito em tecnologia informática, inclinou-se para sua esposa e lhe fez um amoroso pedido: "Emma, se me pode escutar, por favor só me dê um beijo". A mulher virou ligeiramente a cabeça e o beijou. Andrew sentiu que seu coração "se sairia de meu peito" e os médicos contemplaram a cena sem sair de seu assombro.Desde esse dia, Emma começou a recuperar e perder a consciência com frequência. Seu cérebro tinha sofrido danos pela falta de oxigênio. junto a seu marido começou um intenso caminho de reabilitação e o casal se converteu em um modelo para os habitantes de Shropshire.A dois anos do acontecido, Emma padece de perda da memória a curto prazo, necessita ajuda para caminhar e alguém que vele por ela em todo momento. Sua recuperação exige perseverança e muitos sacrifícios. Entretanto, para sua família não há major alegria que tê-la com eles. "aprendi a me apaixonar por minha esposa uma e outra vez. Mas isto é o que qualquer marido ou esposa faria. Ela é uma mãe e uma esposa e isso é o único que interessa", afirma Andrew.


MADRI, 28/01/2009 (ACI).- Os ônibus com o lema "Deus existe, confia nele", uma campanha organizada por Alternativa Espanhola (AES), já circulam pela cidade de Madri onde circulam também os "ônibus ateus" promovidos pela União Madrilense de Ateus e Livrepensadores. "Provavelmente Deus não existe. Aproveita e vida". A linha 5 dos ônibus urbanos de Madri, que vai desde Puerta del Sol a Plaza de Castilla, inseriu em seus espaços destinados a publicidade a mensagem "Deus existe, confia nele" desde segunda-feira 26 de janeiro.


TÓQUIO, 29/01/2009 (ACI).- Canon, um dos maiores fabricantes de artefatos eletrônicos do mundo, reduziu o horário de trabalho de seus empregados japoneses com um só objetivo: que tenham mais filhos. Ante a crise de população que atravessa o Japão, com uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo e uma população cada vez mais velha, duas vezes por semana Cânon reduz a jornada de trabalho de seus empregados – em um país onde o comum é trabalhar 12 horas diárias – e os envia a casa às 17:30. Hiroshi Yoshinaga, porta-voz de Cânon, informou ao CNN que a empresa tem um programa muito forte para alentar os nascimentos e "enviar aos trabalhadores cedo a casa para que estejam com suas famílias".Segundo o Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-estar, a taxa de natalidade japonesa é de 1.34, muito por debaixo de 2.0 necessário para que a população não diminua progressivamente. mundo. Peritos citados por CNN sustentam que para reverter esta situação, Japão "necessita desesperadamente fazer alguns ajustes a seus atuais estrutura sociais e trabalhistas".


Celebrado em Castel Gandolfo o V Encontro Internacional de Seminaristas FocolaresROMA, domingo, 11 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- O número de seminaristas no mundo passou de 50 mil há algumas décadas para mais de 72 mil atualmente, com um notável crescimento na América Latina, Ásia e África, ainda que com uma radical diminuição na Europa. É um dos principais dados oferecidos pelo teólogo Hubertus Blaumeiser, assessor da Congregação vaticana para a Educação Católica, durante o V Encontro Internacional de Seminaristas Focolares, em Castel Gandolfo (Itália), no início de janeiro deste ano.


VATICANO, 28/01/2009 (ACI).- Depois do gesto de magnanimidade e misericórdia do Papa Bento XVI ao levantar a excomunhão dos 4 bispos ordenados por Dom Marcel Lefebvre, o Santo Padre solicitou aos lefebvristas aceitar o Concílio Vaticano II. Ao concluir a Audiência Geral, Bento XVI se referiu ao decreto dado a conhecer no sábado 24 de janeiro .O Papa indicou que "realizei este ato de paterna misericórdia porque estes prelados me tinham manifestado várias vezes seu vivo sofrimento pela situação em que se encontravam". Do mesmo modo, Bento XVI manifestou seu desejo de que "este meu gesto seja correspondido pelo compromisso solícito por parte deles de dar os ulteriores passos necessários para realizar a plena comunhão com a Igreja, testemunhando assim verdadeira fidelidade e verdadeiro reconhecimento do magistério e da autoridade do Papa e do Concílio Vaticano II".
Recolha de António Ferreira

O PAPA: NECESSIDADE DE «NOVA SÍNTESE ENTRE CAPITAL E TRABALHO»

A actual crise económica e social é «uma oportunidade que a Igreja deve aproveitar»


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- A crise económica exige encontrar uma nova relação entre capital e trabalho, considera Bento XVI, que afirma também que a conjuntura interpela também à Igreja.

«O grande desafio e oportunidade, que a preocupante crise económica do momento convida a saber aproveitar, consiste em encontrar uma nova síntese entre bem comum e mercado, entre capital e trabalho», afirmou o Papa ao receber no sábado passado os membros da Confederação Italiana Sindical dos Trabalhadores (Confederazione Italiana Sindicati Lavoratori, CISL).

O pontífice recebeu os dirigentes do sindicato por ocasião do 60º aniversário de sua fundação. A CISL surgiu em 1948 como uma excisão da Confederazione Italiana dei Lavoratori (CIL, fundado em 1918 como resposta à Rerum Novarum de Leão XIII).

Em seu discurso, Bento XVI afirmou que o mundo do trabalho é «a chave essencial» de toda a questão social, «porque condiciona o desenvolvimento, não só económico, mas também cultural e moral, das pessoas, das famílias, das comunidades e da humanidade inteira».

Citando João Paulo II, o Papa sublinhou que a Igreja «nunca deixou de considerar o problema do trabalho dentro de uma questão social que foi assumindo progressivamente dimensões mundiais».

A crise económica e social actual «está a afectar especialmente o mundo do trabalho» e requer «um esforço livre e responsável por parte de todos; ou seja, é necessário superar os interesses particulares e de sector, para enfrentar as dificuldades juntos e unidos».

«Nunca como hoje se advertiu uma urgência semelhante», constatou.

Diante da actual crise, acrescentou o Papa, é necessário realizar um «apelo à solidariedade e à responsabilidade de todos», assim como trabalhar juntos. «As dificuldades que o mundo do trabalho atravessa impulsionam a uma organização específica e mais compacta entre todos os componentes da sociedade», acrescentou.

Neste sentido, insistiu no importante papel que devem desempenhar os sindicatos na hora de encontrar esta nova relação entre capital e trabalho, até o ponto de considerá-los «um elemento indispensável da vida social, especialmente nas modernas sociedades industrializadas».

«Desejo, portanto, que da actual crise mundial brote a vontade comum de dar vida a uma nova cultural da solidariedade e da participação responsável, condições indispensáveis para construirmos juntos o futuro do nosso planeta», acrescentou.

Sindicato para o trabalhador

O repassar a história da CISL, o Papa destacou o empenho histórico deste sindicato em «fundar sua actuação nos princípios da doutrina social da Igreja e na prática de um sindicalismo livre e autónomo de facções políticas e de partidos».

«No pleno respeito da legítima autonomia de toda instituição, a Igreja, especialista em humanidade, não se cansa de oferecer a contribuição de seu ensinamento e de sua experiência àqueles que pretendem servir a causa do homem, do trabalho e do progresso, da justiça social e da paz», acrescentou.

O Papa convidou os sindicalistas a renovarem «o entusiasmo do início e redescobrir ainda mais vosso carisma original».

«O mundo precisa de pessoas que se dediquem com desinteresse à causa do trabalho no respeito pleno à dignidade humana e do bem comum. A Igreja, que valoriza o papel fundamental dos sindicatos, está próxima de vós hoje como ontem, e está disposta a ajudar-vos, para que possais cumprir da melhor forma possível vosso dever na sociedade», afirmou.

Fonte: zenit.org
Recolha de António Ferreira

EUTANÁSIA NÃO É SOLUÇÃO, EXPLICA BENTO XVI

A RESPOSTA A QUEM SOFRE É O AMOR, ESCLARECE

CIDADE DO VATICANO, domingo, 1º de Fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O sofrimento não pode ser solucionado acabando com a vida de uma pessoa, isto é, com a eutanásia, explicou Bento XVI neste domingo. A resposta a quem sofre sempre deve ser o amor, esclareceu.

No dia em que a Igreja celebrava em vários países o Dia pela Vida, o Papa comentou, ao dirigir a oração mariana do Angelus, o tema escolhido para este dia pela Conferência Episcopal Italiana: «A força da vida no sofrimento. Uma resposta à tentação da eutanásia».

Dirigindo-se aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro do Vaticano, o pontífice sublinhou a necessidade de ter «valor para dizer com clareza, por exemplo, que a eutanásia é uma falsa solução para o drama do sofrimento, uma solução que não é digna do homem».

«A verdadeira resposta não pode ser a de provocar a morte, por mais 'doce' que ela for, mas testemunhar o amor que ajuda a enfrentar a dor e a agonia de forma humana.»

Falando da janela de seus aposentos, o Papa garantiu: «Tenhamos certeza de uma coisa: nenhuma lágrima, nem de quem sofre, nem de quem lhe está próximo, se perde diante de Deus».

Segundo recordou. «Jesus sofre e morre na cruz por amor. Desse modo, Ele deu sentido ao nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres de todas as épocas entenderam e tornaram seu, experimentando serenidade profunda também no amargor de duras provas físicas e morais».

O Santo Padre pediu orações pelas «pessoas que estão em sofrimento e por quem se esforça todos os dias por seu sustento, servindo a vida em todas as suas fases: genitores, agentes da saúde, sacerdotes, religiosos, pesquisadores, voluntários e muitos outros».

Antes de se despedir dos presentes, o Papa cumprimentou e estimulou, em particular, os membros do Movimento pela Vida, as delegações das faculdades de Medicina e Cirurgia da Universidade de Roma, «e aqueles que estão comprometidos na defesa e na promoção do fundamental da vida».

Fonte: zenit.org


Recolha de António Ferreira

Uma origem da CRISE: Pensamento para 2009

"Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha.Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender uma grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava... Seu cachorro quente era o melhor de toda região! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele: - Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Esta tudo ruim. O mundo vai quebrar. Depois de ouvir as considerações do filho doutor, o pai pensou: bem, se meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão, acha isto então só pode estar com a razão. Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e claro, pior) e começou a comprar salsichas mais barata (que era, também, a pior). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor escola, quebrou. O pai, triste, então falou para o filho: - 'Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. 'E comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise... ' Aprendamos uma grande lição:Vivemos em um mundo contaminado de más noticias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a nossa felicidade e prosperidade de nossos negócios, enfim arruinando nossa vida.E acho que isso serve para todas as áreas da vida!"
Recolha de António Ferreira