O PAPA FAZ BALANÇO DE SUA VIAGEM À ÁFRICA

Suas duas maiores impressões: a alegria e o recolhimento na liturgia

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 24 de Março de 2009 (ZENIT.org).- Nesta segunda-feira, no voo de volta a Roma após a viagem à África, Bento XVI quis traçar um primeiro balanço sobre suas impressões.

Falando aos jornalistas presentes – segundo recolhe H2Onews – o Santo Padre se mostrou impressionado, por um lado, por «esta cordialidade quase exuberante, por esta alegria de uma África em festa, que parece que viu no Papa, digamos, a personificação do facto de que somos filhos e família de Deus».

«Existe esta família; e nós, com todas as nossas limitações, estamos nesta família e Deus está connosco – acrescentou. E, assim, a presença do Papa ajudou a sentir isto.»

«Por outro lado – acrescentou o bispo de Roma –, impressionou-me muito o espírito de recolhimento nas liturgias, o forte senso do sagrado: nas liturgias não há autorrepresentação dos grupos, autoanimação, mas há presença do sagrado, de Deus; também os movimentos eram sempre movimentos de respeito e de consciência da presença divina.»

O Papa mostrou também profunda dor pela morte das duas meninas calcadas pela multidão, que causou também cerca de 90 feridos, no incidente que aconteceu fora do recinto do estádio Coqueiros de Luanda, onde pouco depois aconteceria o encontro com os jovens angolanos.

«Rezei e rezo por elas», disse o pontífice.

A lembrança do Papa foi também do encontro de 19 de Março com os enfermos do Centro Cardeal Paul Emile Léger, de Yaoundé, uma estrutura de saúde destinada à reabilitação dos deficientes, fundada em 1972 pelo purpurado canadiano do qual toma o nome.

«Tocou-me o coração ver aqui o mundo dos muitos sofrimentos, todo o sofrimento, a tristeza, a pobreza da existência humana, mas ver também como Estado e Igreja colaboram para ajudar os que sofrem», comentou o Papa.

«E se vê, parece-me, que o homem ajudando quem sofre se torna mais homem, o mundo se torna mais humano: isto fica gravado em minha memória», acrescentou.

Fez também uma referência ao Instrumentum Laboris (documento de trabalho) para a 2ª Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África, que acontecerá em Roma entre 4 e 25 de Outubro de 2009 e que Bento XVI quis entregar pessoalmente aos presidentes das 42 Conferências Episcopais africanas, em 19 de Março, durante a Missa no estádio Amadou Ahidjo, de Yaoundé.

Também, na tarde do mesmo dia, na nunciatura apostólica de Yaoundé, o pontífice se reuniu com os membros do Conselho Especial para a África do Sínodo dos Bispos, formado por 12 bispos (3 cardeais, 8 arcebispos e 1 bispo de tradição caldeia), para analisar as luzes e as sombras, assim como as expectativas da Igreja local.

«Eu poderia contar muitas coisas – disse Bento XVI –, por exemplo, que a Igreja da África do Sul, que teve uma experiência difícil de reconciliação, mas com um êxito substancial, ajuda agora com suas experiências no intento de reconciliação no Burundi e tenta fazer algo parecido, ainda que com grandiosas dificuldades, no Zimbabué.»

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

HOMENAGEM DE BENTO XVI ÀS MULHERES AFRICANAS

Pede um exame de consciência aos homens

LUANDA, domingo, 22 de Março de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI dedicou seu último ato público em terras africanas, antes de regressar nesta segunda-feira a Roma, a render homenagem às mulheres, em resposta às «inquietações e esperanças de tantas heroínas silenciosas».

O Santo Padre dedicou na tarde deste domingo um encontro com os movimentos católicos para a promoção da mulher, na paróquia Santo António de Luanda.

No acto, uma celebração da Palavra, estavam presentes membros de numerosas associações femininas como "Protomaica", a maior associação angolana para a promoção da mulher.

Duas mulheres, em representação dos movimentos presentes, tomaram a palavra para ilustrar ao Papa seus problemas e esperanças.

Em sua alocução, o Papa exortou a todos «a tomar efectiva consciência das condições desfavoráveis a que estiveram – e continuam a estar – sujeitas muitas mulheres, examinando em que medida a conduta e as atitudes dos homens, às vezes falhos de sensibilidade ou responsabilidade, possam ser a causa daquelas».

O Papa explicou que «há que reconhecer, afirmar e defender a igual dignidade do homem e da mulher: ambos são pessoas, diversamente dos outros seres vivos do mundo que os rodeia».

«Ambos são chamados a viver em profunda comunhão, no recíproco reconhecimento e dom de si mesmos, trabalhando juntos para o bem comum com as características complementares do que é masculino e do que é feminino», explicou.

«Quem não adverte, hoje, a necessidade de dar mais espaço às ‘razões do coração’?», perguntou.

«Num mundo como o actual dominado pela técnica, sente-se necessidade desta complementaridade da mulher, para o ser humano poder viver nele sem se desumanizar de todo.»

«Pense-se nas terras onde abunda a pobreza, nas zonas devastadas pela guerra, em tantas situações trágicas resultantes de emigrações forçadas ou não… São quase sempre as mulheres que lá mantêm intacta a dignidade humana, defendem a família e tutelam os valores culturais e religiosos, reconheceu.

O bispo de Roma lamentou como a história regista quase exclusivamente as conquistas dos homens, quando na realidade uma parte importantíssima se deve a acções determinantes, perseverantes e benéficas das mulheres.

Hoje, «já ninguém deveria nutrir dúvidas de que as mulheres têm, na base da sua igual dignidade com os homens, pleno direito de se inserir activamente em todos os âmbitos públicos, e o seu direito há-de ser afirmado e protegido, inclusivamente através de instrumentos legais, onde estes se revelem necessários».

Agora, explicou, «o reconhecimento do papel público das mulheres não deve, contudo, diminuir a função insubstituível que têm no interior da família».

«Aliás, a nível pessoal, a mulher sente a própria dignidade não tanto como resultado da afirmação de direitos no plano jurídico, como sobretudo directa consequência da atenção concreta, material e espiritual, recebida no coração da família.»

«A presença materna no seio da família é tão importante para a estabilidade e o crescimento desta célula fundamental da sociedade que deveria ser reconhecida, louvada e apoiada de todos os modos possíveis.»

Pelo mesmo motivo –concluiu –, «a sociedade deve chamar os maridos e pais às próprias responsabilidades para com a família».
Fonte: zenit.org



Recolha de António Ferreira

BISPOS DOS CAMARÕES ACUSAM OCIDENTE DE «DESINFORMAR» SOBRE VISITA DO PAPA

A polémica sobre o preservativo não afectou a visita


YAOUNDÉ, quinta-feira, 26 de Março de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos dos Camarões publicaram uma declaração na qual acusam «certos meios de comunicação ocidentais» de terem «desinformado» sobre a visita de Bento XVI, negando que exista «mal-estar» na opinião pública do país pelas declarações do Papa sobre o uso dos preservativos na luta contra a SIDA.

No texto, assinado pelo presidente da Conferência Episcopal, Dom Victor Tonye Bakot, os prelados mostram seu «espanto» pelo acontecido, sobretudo ao constatar que «a imprensa quer fazer crer que existe um mal-estar na opinião camaronesa sobre a visita do Santo Padre, como consequência de suas declarações».

Em primeiro lugar, oferecem o texto completo das palavras do Papa que provocaram a polémica, e lamentam que «o que os jornalistas retêm desta declaração tão completa do Papa seja apenas a oposição aos preservativos, ocultando toda a acção da Igreja na luta contra a SIDA e no cuidado dos enfermos».

Em segundo lugar, negam taxativamente que isso tenha afectado negativamente a acolhida dispensada ao Papa no país africano.

«O episcopado dos Camarões sublinha, e de maneira muito forte, que os camaroneses acolheram com alegria e entusiasmo o Papa Bento XVI, confirmando assim sua hospitalidade legendária. Não nega por isso a realidade da SIDA, nem seu efeito devastador nas famílias dos Camarões», afirma a nota.

Os prelados sublinham que o Papa deu uma dupla mensagem ao respeito: por um lado, «a Igreja Católica, em todas as partes, está comprometida diariamente na luta contra a SIDA», através de «estruturas adaptadas para o acolhimento, o controle e o tratamento das pessoas infectadas pelo HIV. Esta assistência é por sua vez moral, psicológica, nutricional, médica e espiritual».

Por outro lado, «a Igreja, força moral, tem o imperioso dever de recordar aos cristãos que toda prática sexual fora do matrimónio e desordenada é perigosa e propícia à difusão da SIDA. É por isso que prega a abstinência para os solteiros e a fidelidade no seio do casal. É seu dever. Não pode subtrair-se dele».

Os prelados acusam também a média ocidental por «ter esquecido claramente outros aspectos essenciais da mensagem africana do Santo Padre sobre a pobreza, a reconciliação, a justiça e a paz».

«Isso é muito grave, quando se sabe o número de mortos que outras doenças na África causam, e sobre o que não há nenhuma publicidade verdadeira; quando se sabe ao número de mortos que provocam na África as lutas fratricidas devidas às injustiças e à pobreza.»

Os bispos concluem sua mensagem sublinhando que a Igreja Católica «não rejeita os enfermos de SIDA e não anima de nenhuma maneira a propagação da enfermidade, como pretendem fazer crer certos meios de comunicação».

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

A evidência corrobora as afirmações do Papa sobre o problema da SIDA em África

Do Director do Projecto de Estudos sobre Prevenção do S.I.D.A. de Harvard: Afirmações do Papa acerca da distribuição do preservativo tornar a epidemia de S.I.D.A. pior estão correctas

Por John–Henry Westen
19 de Março de 2009 – Edward C. Green, Director do Projecto de Estudos sobre a Prevenção do S.I.D.A. do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard, afirmou que a evidência corrobora as afirmações do Papa ao declarar que a distribuição de preservativos piora o problema do S.I.D.A.
“O Papa está certo”, afirmou Green ao National Review Online na passada Quarta-feira,”ou, melhor dizendo, as nossas melhores conclusões vão ao encontro dos comentários do Papa.”
“Existe”, acrescentou Green, “ um paralelo consistente que mostram os nossos estudos, incluindo a “Demographic Health Surveys”, financiada pelos Estados Unidos, entre uma maior disponibilidade e uso de preservativos e uma maior – não menor – incidência de infecções pelo vírus HIV. Isto pode dar-se devido ao fenómeno conhecido por “compensação de risco”, significando que quando a população utiliza uma tecnologia de redução de risco como o preservativo, muitas vezes essa mesma população perde o benefício da redução desse risco ao “compensar”, arriscando-se mais do que faria sem essa tecnologia. (Ver a entrevista completa com Greena aqui)
A Pagina Electrónica do Projecto do S.I.D.A. sobre Green menciona o seu livro “Repensar a Prevenção do S.I.D.A.: Aprendendo com os Sucesso de Países em Desenvolvimento”. Nele Green revela que “ As soluções, na sua maioria médicas, fundadas pelos grandes doadores tiveram pouco impacto em África. Em compensação, mudanças de comportamento relativamente simples e de baixo custo – como insistindo numa crescente monogamia e no adiamento da actividade sexual para os mais novos – têm tido maior sucesso na luta contra a doença e na sua prevenção.”
O texto completo da troca de impressões entre o Papa Bento XVI e o repórter, texto esse que lançou uma tempestade na imprensa mundial, foi divulgado agora pela imprensa do Vaticano.
O Papa foi confrontado com a seguinte questão pelo jornalista Philippe Visseyrias, da France 2 : “ Santo Padre, um dos maiores flagelos de África é o problema da epidemia de S.I.D.A.. A posição da Igreja Católica na luta contra este mal tem sido frequentemente considerada irrealista e ineficaz.”
Bento XVI respondeu: “ Eu diria o contrário.
“Estou convencido de que a presença mais efectiva na frente de batalha contra o HIV/S.I.D.A. são, precisamente, a Igreja Católica e as suas instituições. Penso por exemplo na Comunidade de Santo Egídio, que tanto faz e tão visivelmente na luta contra o S.I.D.A; ou nas Camillianas, só para mencionar algumas das freiras que estão ao serviço dos doentes.
Penso que este problema, o S.I.D.A., não pode ser vencido com slogans de propaganda. Se falta a alma, se os Africanos não se entre ajudarem, o flagelo não pode ser resolvido com a distribuição do preservativo; pelo contrário, arriscamo-nos a piorar a situação. A solução só pode advir de um compromisso duplo: primeiro, na humanização da sexualidade, ou por outras palavras, num renovamento espiritual e humano que traga consigo uma nova forma de proceder uns para com os outros. E em segundo lugar, num amor autêntico para com os que sofrem, numa prontidão – mesmo à custa de sacrifício pessoal - para estar presente aos que padecem. São estes os factores que podem trazer o progresso, real e visível.
Assim, eu diria que o nosso esforço deve ser o de renovar a pessoa humana por dentro, o de dar-lhe força espiritual e humana para uma forma de comportamento justa para com o seu corpo e o corpo do outro; e ainda o de ajudá-la a ser capaz de sofrer com os que sofrem e de estar presente nas situações difíceis.
Acredito que é esta a primeira resposta ao problema do S.I.D.A., que é esta a resposta da Igreja e que, deste modo, a sua contribuição é uma grande contribuição. E estamos gratos a todos os que assim contribuem.” (Ver a entrevista completa aqui)
Veja as credenciais e a lista de publicações do Dr. Green em:
Recolha de António Ferreira

“Entrai pela porta estreita”

No começo de mais uma Quaresma é bom relembrar o mais importante. Jesus começou a sua vida pública anunciando o Reino de Deus e chamando o povo à conversão.
“O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Este chamado de Cristo se dirige a cada um de nós.
O homem foi feito para Deus. Para se realizar Nele, plenamente, participando de sua divindade e desfrutando do seu amor. O centro de sua vida, de suas atenções, e de todas as suas atividades deveria ser unicamente Deus. Como dizia São Francisco - um convertido perfeito - “meu Deus e meu Tudo”.
O homem convertido é aquele que voltou-se definitiva e totalmente para Deus, como os santos o fizeram. O pecado original nos deixou “órfãos” de Deus, e nos colocou no lugar Dele. Passamos a “servir” e a “adorar” a nós mesmos e ás criaturas, ao invés de servirmos e adorarmos a Deus.
O nosso processo de conversão consiste, portanto, em retirar o nosso “Eu” do trono do coração, para aí deixarmos reinar Deus. E isto é um processo, que pode durar a vida toda, ou ainda mais. Até após a morte a Igreja ensina que, em uma nova dimensão de vida, poderemos continuar a obra de nossa conversão para Deus, no purgatório.
A conversão é um caminho estreito porque exige “morrer” para si mesmo e para o mundo. Neste aspecto Jesus foi muito claro e não deixou dúvida: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” ( Mt16,24; Lc 23,27).
Seguir a Jesus implica em morrer para si mesmo, para o egoísmo, para a vaidade, para o próprio orgulho, a fim de estar totalmente disponível para fazer a vontade de Deus. Isto não é fácil. Na verdade, chega a ser quase impossível face à nossa natureza decaída. É preciso a graça de Deus a nos mover nesta dura caminhada. Mas, quando queremos nos converter, a graça de Deus nunca nos falta; porque, antes de mais nada, este é o desejo do Senhor.
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Tess 4,3), diz São Paulo.
“Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem perde a sua vida neste mundo, guarda-a para a vida eterna” (Jo 12,24-25).
É preciso estar disposto a "perder a vida para ganhá-la".
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição ... Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida” (Mt 7,13).
E Jesus concluiu dizendo que “são poucos os que o encontram”. "Só os violentos [consigo] arrebatam o Reino". Deus fez do sofrimento a matéria prima da salvação, como disse Michel Quoist. Mais do que a própria oração, o sofrimento, aceito com paciência e oferecido a Deus na fé, é o melhor agente da conversão pessoal. Não é a toa que os santos falavam do “martírio da paciência” que nos leva ao céu.
Quando Deus permite que o sofrimento nos atinja, Ele tem para conosco um desígnio de salvação. O sofrimento não é castigo mandado por Deus, mas certamente é correção. A Carta aos Hebreus diz que “o Senhor educa a quem ama, e corrige todo filho que o acolhe” (Hb 12,6). E continua:“É para vossa educação que sofreis. Deus vos trata como filhos... Deus nos educa para o aproveitamento, a fim de nos comunicar a sua santidade” (Hb 12,7).
As ervas daninhas do jardim da nossa alma têm raízes profundas em nós, e é nelas que se apega o nosso Ego, cheio de orgulho, de vaidade, de amor próprio, eivado de paixões, afetos desordenados, apego às coisas materiais, ao dinheiro, às pessoas e a si mesmo, não deixando espaço para Deus reinar em nós, como deve ser. O sofrimento acolhido com ação de graças, na fé, e oferecido a Deus como Jesus o fez, é o remédio propício para matar as raízes profundas das ervas daninhas do nosso Eu. Somente a cruz nos liberta de nós mesmos e nos faz “morrer” a qualquer outro amor e afeição que não seja Deus. Por isso, é preciso saber sofrer; por amor a Deus; para que Ele reine em nós. São Paulo disse que: “A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus” (1 Cor 1,18).
Cada vez que suportamos o sofrimento, qualquer que seja ele, vindo da parte dos homens ou de Deus, com paciência e fé, Deus nos cura, salva e liberta. Santa Teresa D’Ávila dizia que: “os mais queridos de Deus são os que mais sofrem”, como Jesus, mas que “Deus não manda um sofrimento sem pagá-lo com algum favor”. São Tiago afirma que “a paciência produz uma obra perfeita” (Tg 1,4) e que é “feliz o homem que suporta a provação” (Tg 1,12). Quando se abraça as cruzes que Deus manda, elas ficam mais leves, diz Santa Teresa... “Tome a sua cruz, a cada dia, e siga-me” (Lc 9,23), sem se lamentar, sem mau humor, sem revolta na alma, sem repugnância... Este é o caminho da conversão. É um trabalho diário... até a santificação.
Os santos são unânimes em afirmar que não se pode fazer nada melhor para Deus do que "sofrer com paciência todas as amarguras da vida". São Paulo expressou isto dizendo:
“Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, pelo seu corpo , que é a Igreja” (Col. 1,24). "Nós somos o Corpo de Cristo, a Igreja" (1Cor 12,27), e este seu Corpo também precisa passar pela paixão para entrar na glória, assim como Jesus. Isto vale mais para a nossa conversão do que todos os exercícios espirituais, diz Santo Afonso. É o remédio pelo qual Deus destrói em nós as más inclinações interiores e exteriores, conseqüência da corrupção do pecado, e nos conduz à perfeita conversão.
Contudo, é preciso ficar claro que este caminho de "renúncia a si mesmo" e de abnegação, não é um caminho de tristeza e frustração, como alguns podem pensar, não. Ao contrário, é um caminho de paz e felicidade, alegria e liberdade. O maior carrasco de cada um de nós é o nosso próprio Eu, cheio de más inclinações e de vontades. Educar o próprio Eu, colocá-lo no devido lugar, é viver verdadeiramente como homem, segundo a vontade de Deus, e não como um farrapo humano que vive se arrastando pela vida, dominado pelos prazeres e pelas más inclinações. Esta ascese cristã não quer dizer que nos desprezaremos, ou que enterraremos os nossos talentos; ao contrário, os desenvolveremos ao máximo das suas potencialidades, não porém, para satisfazer o nosso egoísmo, mas para colocá-los mais e melhor a serviço de Deus e dos irmãos.
Prof. Felipe Aquino
Recolha de António Ferreira

O PAPA CONVOCA «ANO SACERDOTAL» PARA PRÓXIMO 19 DE JUNHO


Proclamará o santo Cura de Ars como padroeiro de todos os sacerdotes do mundo

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de Março de 2009 (ZENIT.org).- O Papa convocou um Ano Sacerdotal, por ocasião do 150º aniversário da morte do santo Cura de Ars, a quem proclamará como padroeiro de todos os sacerdotes do mundo, segundo deu hoje a conhecer a Santa Sé em um comunicado.

O Papa fez este anúncio durante a audiência concedida aos participantes da Plenária da Congregação para o Clero, e esta o divulgou posteriormente em um comunicado, no qual detalha algumas das iniciativas postas em andamento por ocasião deste ano jubilar sacerdotal.

O tema escolhido para o Ano Sacerdotal é o de «Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote». Está previsto que o Papa o abra com uma celebração de Vésperas, em 19 de Junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia de Santificação Sacerdotal, «em presença da relíquia do Cura de Ars trazida pelo bispo de Belley-Ars», Dom Guy Claude Bagnard, segundo informa a Santa Sé.

O encerramento será celebrado justamente um ano depois, com um «Encontro Mundial Sacerdotal» na Praça de São Pedro.

Durante este Ano jubilar, está prevista a publicação de um «Directório para os Confessores e Directores Espirituais», assim como de uma «recompilação de textos do Papa sobre os temas essenciais da vida e da missão sacerdotais na época actual».

O objectivo deste ano é, segundo expressou o próprio Papa hoje aos membros da Congregação para o Clero, «ajudar a perceber cada vez mais a importância do papel e da missão do sacerdote na Igreja e na sociedade contemporânea».

Outro tema importante no qual se quer incidir, segundo o comunicado da Congregação, é a «necessidade de potenciar a formação permanente dos sacerdotes ligando-a à dos seminaristas».

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

O QUE IGREJA DIZ E O QUE NÃO DIZ SOBRE PRESERVATIVO

Presidente dos médicos católicos esclarece o debate

BARCELONA, quinta-feira, 19 de Março de 2009 (ZENIT.org).- Ao ler os jornais, dá a impressão de que a Igreja diz que, se uma pessoa vai ter relações com uma prostituta, não deve utilizar o preservativo, reconhece o presidente da associação dos médicos católicos do mundo.
José Maria Simón Castellví ilustra com este exemplo a superficialidade com que alguns meios de comunicação informaram sobre as palavras de Bento XVI nesta terça-feira, a bordo do avião que o levava a Camarões, quando esclareceu que o preservativo não é a solução para a SIDA.
«A Igreja defende a fidelidade, a abstinência e a monogamia como as melhores armas», indica o presidente da Federação Internacional de Médicos Católicos (FIAMC) em uma declaração concedida à Zenit.
Contudo, a mídia e inclusive alguns representantes políticos acusaram a Igreja de promover a SIDA na África. Obviamente, esclarece o médico, a Igreja não está a dizer que se pode manter todo tipo de relações sexuais promíscuas, com a condição de não utilizar o preservativo.
O Dr. Simón explica que, para entender o que a Igreja diz sobre o preservativo, é necessário compreender o que é o amor, como explicou o próprio Papa aos jornalistas, apesar de que essa parte de sua conversa foi censurada pela maior parte dos meios de comunicação.
«O preservativo é uma barreira, mas uma barreira com limites que muitas vezes se abrem. Especialmente em jovens pode não ser produtivo no que diz respeito à transmissão do vírus», acrescenta.
«Os médicos católicos estão a favor do conhecimento científico – declara. Não dizemos as coisas só por carga ideológica. Da mesma maneira que admitimos que um adultério de pensamento não transmite nenhum vírus mas é algo que está mal, devemos dizer que os preservativos têm seus perigos. Barreiras limitadas.»
O médico ilustra a posição da Igreja usando um caso histórico, recolhido por meios informativos.
Em Yaoundé, em 1993, aconteceu a VII Reunião Internacional sobre a SIDA com especialistas médicos e de saúde. Foi uma reunião da qual participaram cerca de 300 congressistas, e se distribuiu ao final um questionário para que se indicasse, entre outras coisas, se se tinham tido relações sexuais durante os três dias que durou a reunião, com pessoas que não fossem parceiros estáveis.
Dos pesquisados, 28% responderam que sim, e destes, 30% disseram que não haviam tomado «precaução» alguma para evitar contágios.
«Se isso ocorre entre pessoas ‘conscientizadas’, o que ocorrerá entre as pessoas normais?», pergunta.
Fonte. zenit.org

Recolha de António Ferreira

ANO PAULINO : NALGUNS ESCRITOS DE S. JOSEMARIA ESCRIVÁ



ANO PAULINO
Clicando no endereço junto encontrará um ppt com referência a alguns textos de S. Josemaria Escrivá sobre S. Paulo


http://inicteol.googlepages.com/anopaulino

Recolha de António Ferreira

CRISE ECONÓMICA, OPORTUNIDADE PARA CULTIVAR A ESPERANÇA

Intervenção do sociólogo Giuseppe de Rita em São João de Latrão

ROMA, terça-feira, 10 de Março de 2009 (ZENIT.org).- Em meio à crise económica, é necessário que esta sociedade possa «passar do politeísmo do medo ao monoteísmo da esperança», assegurou o conhecido advogado e sociólogo italiano Giuseppe de Rita durante sua conferência «O desafio da crise: do medo à esperança».

A actividade académica foi levado a cabo na segunda-feira passada, dentro do programa Diálogos na Catedral, que a diocese de Roma realiza na basílica São João de Latrão.

Giuseppe de Rita foi presidente do Conselho de Economia do Trabalho da Itália. Nos últimos anos foi relator em importantes congressos e debates sobre a condição e as linhas de desenvolvimento da sociedade italiana.

O evento esteve dirigido pelo cardeal Agostino Vallini, vigário da diocese de Roma, e contou também com a intervenção de Dom Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.

De Rita começou sua conferência assegurando que a sociedade «perdeu a linearidade», sobretudo na Europa, onde a sociedade estava acostumada a um «desenvolvimento equilibrado».

«O carácter rectilíneo desapareceu depois do 11 de Setembro. Chegou o fundamentalismo islâmico, o território internacional, as novas potências, o mundo se converte em multipolar. Chega o poder político à China. Cria-se uma incerteza, medo, não se sabe o que acontecerá», assegurou De Rita.

Referindo-se à actual crise económica, o sociólogo assinalou que «nos encontramos em uma situação que começou nos grandes bancos internacionais e terminou com a demissão do nosso tio».

E assinalou que esta situação de instabilidade, ao menos na Itália, «fez aumentar o medo. O medo económico estimulou outros medos».

«De onde vem o medo? Podemos reflectir sobre o medo? Podemos ter um conceito sobre o medo?», perguntava-se o conferencista, quem, por sua vez, respondeu: «Os medos têm a mesma raiz. Conhecer nossos limites».

E assegurou que algumas manifestações desse temor podem ser «não poder ajudar os filhos, não manter o mesmo nível de vida, não ter os meios para o cuidado pessoal, acabar desempregado» e que isso gera outros medos e factos: «doenças incuráveis, perder as faculdades intelectuais, o temor de ter uma vida pior».

«Uma das características da sociedade moderna é ser cheia de emoções, mas sem sentimento», acrescentou.

Assim, De Rita tocou no tema da esperança, uma virtude que requer «vigor e paciência». O sociólogo concluiu sua intervenção dizendo que a verdadeira esperança não é «física, psicológica ou intelectual», mas que procede «de um campo sobrenatural, da santidade».

Fonte:zenit.org


Recolha de António Ferreira

DIA 8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER

No dia 8 de Março de 1857 as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque fizeram uma greve para reivindicar direitos laborais, de que estavamo injustamente privadas. Foram fechadas na fabrica onde, entretanto, se declarou um incêndio morrendo queimadas cerca de 130 mulheres.
Em 1910 numa Conferência Internacional sobre a mulher em Dinamarca, foi decidido em homenagem àquelas mulheres, comemorar o dia 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".

____________________________

Vivemos um período da história da humanidade em que a dignidade da mulher é, efectivamente, posta em causa. Recorde-se a Carta do Papa João Paulo II às Mulheres, por ocasião da IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, datada de 29 de Junho de 1995, que mantêm plena actualidade. Transcrevemos a seguinte passagem:

«… gostaria agora de me dirigir directamente a cada mulher, para reflectir com ela sobre os problemas e perspectivas da condição feminina no nosso tempo, detendo-me em particular sobre o tema essencial da dignidade e dos direitos das mulheres, considerados à luz da Palavra de Deus.

O ponto de partida deste diálogo ideal não pode ser senão um obrigado. A Igreja — escrevia na Carta apostólica Mulieris dignitatem — «deseja render graças à Santíssima Trindade pelo "mistério da mulher" — por toda a mulher — e por aquilo que constitui a eterna medida da sua dignidade feminina, pelas "grandes obras de Deus" que, na história das gerações humanas, nela e por seu meio se realizaram»

O obrigado ao Senhor pelo seu desígnio sobre a vocação e a missão da mulher no mundo, torna-se também um concreto e directo obrigado às mulheres, a cada mulher, por aquilo que ela representa na vida da humanidade.

Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, económica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do «mistério», à edificação de estruturas económicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta «esponsal», que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.
Obrigado a ti, mulher, pelo simples facto de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas».

Fonte: cfr. Voz Portucalense, 4 de Março de 2009, pág. 8
Recolha de António Ferreira

CRISE FOI ORIGINADA PELA AVAREZA

EMPRESÁRIOS CRISTÃOS RECONHECEM QUE CRISE FOI ORIGINADA PELA AVAREZA

Executivos constatam que o interesse pessoal atentou contra o bem comum

SANTIAGO DO CHILE, terça-feira, 3 de Março de 2009 (ZENIT.org).- A crise económica tem, entre suas causas, a desmedida avareza de poucos, que atentou contra o bem comum, asseguram os responsáveis da União Social de Empresários e Executivos Cristãos do Chile (USEC).

Jorge Matetic, presidente de USEC, e os vice-presidentes Rolando Medeiros e Erwin Hahn, escreveram uma carta para analisar as verdadeiras causas do complexo momento económico, na qual fazem um convite aos empresários, trabalhadores e autoridades a enfrentar a crise de maneira construtiva, evitando assim que se continue disparando o desemprego.

«A crise financeira que precede as actuais dificuldades económicas se explica, entre outras causas, pelas decisões de poucos indivíduos que, buscando um desmedido benefício próprio e de curto prazo, atentaram contra o bem comum. Quando a liberdade está guiada por critérios individualistas, deixa de ser autêntica, pois a excessiva dependência e ambição do material é também um tipo de escravidão», alertam os empresários cristãos.

Segundo a carta, «influiu a ausência de uma recta consciência, somada a estímulos planejados para obter benefícios a curto prazo e à falta de regulação de acordo com a sofisticação dos novos instrumentos financeiros. Tudo isso é terreno fértil para situações como a actual».

Por isso, os signatários asseguram: «cremos que esta crise não é só económica, mas também ética e moral».

«A superação deste cenário complexo deverá ser resultado de um esforço coordenado de todos os atores da sociedade», afirmam.

Por este motivo, fazem um pedido aos empresários «a ajustar suas expectativas de utilidade quando isso não coloca em risco a continuidade da organização, vivendo um espírito de austeridade e solidariedade».

Depois se dirigem a todos os integrantes da empresa para incitá-los «a dialogar, a buscar soluções solidárias e criativas, para que as demissões se convertam na última alternativa para a sustentabilidade da empresa».

«Tanto o início da crise como sua superação se relacionam com a caridade, essa disposição de amar ao próximo como a si mesmo, como princípio fundamental proposto no Evangelho.»

«Agora é o momento de incorporar em nossos critérios de discernimento valores que tendam a humanizar nossa sociedade e organizações, de modo que guiem nosso agir e sejam um «seguro» para não cair futuramente nos mesmos erros», concluem. Empresários cristãos reconhecem que crise foi originada pela avareza
Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira