Santo Condestável

Queridos Leitores em língua portuguesa

Escrevemo-vos hoje porque amanhã é um grande dia: a lista dos portugueses considerados santos pala Santa Madre Igreja e, como tal, apresentados a todo o mundo cristão como modelos de virtudes, vai ser aumentada com mais um elemento. Trata-se de Nuno Álvares Pereira, que a tradição popular se habituou a chamar “Santo Condestável” e que Bento XV tinha inscrito em 1918 na lista dos Bem-aventurados, com o nome de Beato Nuno de Santa Maria.
Não vos vamos relatar aqui a sua vida nem os benefícios que operou por graça de Deus – há muitas e variadas fontes e os interessados saberão onde se dirigir. Vamos antes transcrever um trecho da nota pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa porque, ela também, merece ser lida e assimilada, não só por portugueses mas por homens e mulheres do mundo inteiro.

“Vivemos em tempo de crise global, que tem origem num vazio de valores morais. O esbanjamento, a corrupção, a busca imparável do bem estar material, o relativismo que facilita o uso de todos os meios para alcançar os próprios benefícios, geraram um quadro de desemprego, de angústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão de melhor humanismo ao serviço do bem comum.
Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos.”

Aproveitamos a oportunidade para vos recordar a lista daqueles que, nascidos em Portugal ou em terras de administração portuguesa, foram elevados às honras dos altares:
- S. Teotónio, nascido no Minho em 1082, falecido em 1161 e canonizado em 1163;
- Santo António, nascido em Lisboa em 1191, falecido em Pádua em 1231 e canonizado em 1232;
- Santa Beatriz da Silva, nascida em Campo Maior (ou em Ceuta) em 1424, falecida em 1492 e canonizada em 1976;
- S. João de Deus, nascido em Montemor-o-Novo em 1495, falecido em Granada em 1550 e canonizado em 1690;
- S. Gonçalo Garcia, nascido em Baçaim (Goa) por volta de 1560 , martirizado no Japão em 1597 e canonizado em 1862;
- S. João de Brito, nascido em Lisboa em 1647, martirizado na Índia em 1693 e canonizado em 1947;
- Santo António Sant’Anna Galvão, nascido no estado de São Paulo (Brasil) em 1739, falecido em 1822 e canonizado em 2007.
A esta lista teremos de acrescentar necessariamente Santa Isabel de Portugal, nascida em Aragão em 1270, rainha de Portugal de 1282 a 1325, falecida em Estremoz em 1336 e canonizada em 1625.
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, nascida em Itália em 1865, faleceu no Brasil em 1942 e foi canonizada em 2002, sendo considerada por todos uma “santa brasileira”. O mesmo se diga dos Mártires do Rio Grande do Sul (1628), canonizados em 1988, embora dois (Afonso Domingues e João de Castilho) tenham nascido em Espanha e o terceiro (Roque Gonzalez) no Paraguai.
Que todos eles, mais os muitos beatos saídos nas nossas terras, intercedam por nós neste tempo que vamos vivendo.
Com muita amizade
A equipa portuguesa de EAQ
Recolha de António Ferreira

RESSURREIÇÃO, «PONTE ENTRE O MUNDO E A VIDA ETERNA»

Palavras de Bento XVI antes de rezar o "Regina coeli" na segunda-feira de Páscoa, 13 de Abril, no Palácio Pontifício de Castel Gandolfo.

Queridos irmãos e irmãs!

Nestes dias pascais ouviremos ressoar com frequência as palavras de Jesus: "Ressuscitei e estarei sempre convosco". Fazendo eco a este anúncio, a Igreja proclama exultante: "Sim, temos a certeza! Verdadeiramente o Senhor ressuscitou, aleluia! A Ele sejam dadas glória e poder nos séculos!". É toda a Igreja em festa que manifesta os seus sentimentos cantando: "Este é o dia de Cristo Senhor". De facto, ressuscitando da morte, Jesus inaugurou o seu dia eterno. "Não morrerei – diz Ele – permanecerei em vida". O Filho do homem crucificado, pedra rejeitada pelos construtores, já se tornou o fundamento sólido do novo edifício espiritual, que é a Igreja, seu Corpo místico. O povo de Deus, que tem Cristo como seu chefe invisível, está destinado a crescer ao longo dos séculos, até ao cumprimento pleno do plano da salvação. Então, a humanidade inteira será incorporada n'Ele, e cada realidade existente será compenetrada pela sua total vitória. Então, como escreve São Paulo, Ele será "o cumprimento perfeito de todas as coisas" (cf. Ef 1, 23), e "Deus será tudo em todos" (1Cor 15, 28).

Rejubila portanto a comunidade cristã porque a ressurreição do Senhor nos garante o plano divino da salvação, não obstante todas as obscuridades da história, cumprir-se-á. Eis por que a sua Páscoa é verdadeiramente a nossa esperança. E nós, ressuscitados com Cristo mediante o Baptismo, devemos agora segui-l´O fielmente em santidade de vida, caminhando incessantemente rumo à Páscoa eterna, amparados pela consciência de que as dificuldades, as lutas, as provações, os sofrimentos da existência humana, incluída a morte, nunca mais poderão separar-nos d'Ele nem do seu amor. A sua ressurreição lançou uma ponte entre o mundo e a vida eterna, sobre a qual cada homem e mulher pode passar para alcançar a verdadeira meta da nossa peregrinação terrena.

"Ressuscitei e estarei sempre convosco". Esta certeza dada por Jesus realiza-se sobretudo na Eucaristia; é em cada celebração eucarística que a Igreja, e cada um dos seus membros, experimentam a sua presença viva e beneficiam de toda a riqueza do seu amor. No Sacramento da Eucaristia, o Senhor ressuscitado purifica-nos das nossas culpas; alimenta-nos espiritualmente e infunde-nos vigor para enfrentar as duras provações da existência e para lutar contra o pecado e contra o mal. É ele o amparo certo da nossa peregrinação rumo à habitação eterna do Céu. A Virgem Maria, que viveu ao lado do seu Filho divino cada fase da sua missão na terra, nos ajude a acolher com fé o dom da Páscoa e nos torne fiéis e rejubilantes testemunhas do Senhor ressuscitado.
Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

O Santo Condestável não contestável

Bagão Félix considera que Nuno Álvares Pereira é «exemplo num tempo em que o valor da exemplaridade escasseia»
No meio da parafernália de pequenas, médias e grandes notícias sobre quase tudo e quase nada, foi com alegria que recebi a notícia da canonização de D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável. Como católico e como português. E também pelo facto de a este processo de canonização estar associado o Cardeal português D. Saraiva Martins, de quem, há cerca de três anos, tive a honra de apresentar o livro “Como se faz um Santo”.
É claro que esta simbólica distinção que muito honra a portugalidade no Mundo – mesmo que analisada apenas fora do contexto religioso – não faz manchetes, como fazem à profusão as distinções de um bom jogador de futebol, de um consagrado autor, de um artista de telenovela ou de um empresário de sucesso fulminante.
O que anima certos meios de opinião liofilizada e quase sempre desconhecedores da religião é a discussão (?) sobre a natureza do milagre que está associado à canonização do Beato Nuno. Mas o povo, na sua sabedoria genuína e despoluída, já há muito o havia consagrado como o Santo Condestável. Isso mesmo: santo carmelita e condestável chefe militar e primeiro dignitário do Reino!
Agora que os Santos parecem estar “fora de moda” numa sociedade de “zapping”, comportamentalmente hedonista, moralmente relativista e subjugada à “ditadura das banalidades”, o que vem à liça é minimizar a espiritualidade e a transcendência associadas à santidade. Daí que, nesta onda em que é quase compulsivo em certos meios pôr em causa tudo o que emerge no seio da Igreja, o Santo Condestável seja depreciado por alguns como um “contestável santo”…
O que é certo é que D. Nuno Álvares Pereira, cuja vida de verdadeiro patriota não é de todo contestável e nos habituámos a respeitar, é um exemplo num tempo em que o valor da exemplaridade escasseia. Não apenas na sua vida mais religiosa quando após a morte da sua mulher e despojado de todas as propriedades, títulos e honrarias, se tornou carmelita e viveu um tempo totalmente dedicado aos mais pobres entre os pobres, mas igualmente como notável general de uma guerra que nos garantiu a independência seriamente ameaçada.
Ser santo - como o demonstra a vida de Nuno Álvares Pereira - sempre representou uma forma de subversão, traduzida em cada época de modo diverso e como regra vivida na ausência de qualquer forma de poder, que é onde se revela toda a força da presença de Deus.
Na sociedade contemporânea em que, no plano da relação com Deus, clamamos muito mas obedecemos pouco, o Santo é uma espécie de novo insurrecto sinalizador e modelo da pureza, da harmonia, da espiritualidade levada à sua mais bela singeleza.
No fundo, somos reconduzidos à mais forte constatação: a de que para se ser santo é necessário praticar e, acima de tudo, concretizar o Evangelho. Assim se atinge a perfeição da caridade entendida como a mais elevada medida de amor para com o Criador e para com o próximo. São Paulo haveria de sintetizá-la numa curtíssima expressão: não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim.
A santidade de Nuno Álvares Pereira simboliza a purificação da heroicidade do simples e é a expressão vitoriosa do homem de e para todos os tempos sobre o homem do instante.
A santidade sempre foi entendida como a expressão da Graça Divina, mas também da condição livre de se ser pessoa. O Santo Condestável representa, na História de Portugal e do Mundo, este traço de união entre o passado e o futuro, entre a memória e o exemplo, entre a vida pública e a consagração a Deus.
O Beato Nuno de Santa Maria é um exemplo de uma vida ao serviço do outro, alicerçada numa fé inabalável e num espírito de radical caridade. Através dele poderemos entender melhor o caminho da santidade pelo qual a caridade é, ao mesmo tempo, o coração da inteligência e a inteligência do coração, e que só a partir do nosso interior se pode transformar o que nos é exterior.
Se há quem congregue sem ensinar e quem ensine sem congregar, o novo santo português ensinou pela universalidade do seu exemplo e congregou na perfeição das suas virtudes. Parafraseando S.S. o Papa Bento XVI, D. Nuno viveu profundamente consciente que “se Deus não está presente tudo se torna completamente insuficiente”.
Neste momento em que escrevo, não posso deixar de registar, no plano institucional e político, uma atitude e uma omissão.
A atitude de o Senhor Presidente da República, como o mais alto magistrado da Nação, se ter congratulado, em nome de Portugal, e considerado D. Nuno “uma figura maior da nossa história que, no passado e no presente, deve inspirar os portugueses na busca de um futuro melhor”.
A omissão e o silêncio do lado do Governo e de alguns partidos políticos, sempre tão pródigos e rápidos em felicitar outras personagens nem sempre significantes e em formular votos de congratulação por dá cá aquela palha.
É recorrente nestas alturas usar-se e abusar-se do argumento da separação compulsiva entre o Estado e a Igreja. A louvável e imperativa neutralidade religiosa do Estado não pode, porém, transformar este num Estado anti-religião.
A laicidade do Estado não implica a laicidade da sociedade. A sociedade é plural no sentido religioso e é perigoso confundir sistematicamente, neste plano, Estado e Sociedade. A separação do Estado e da Igreja também não significa neutralidade por omissão, indiferença, abstenção, ignorância ou desconhecimento dos fenómenos religiosos e muito menos hostilidade.
Mas no caso de D. Nuno Álvares Pereira não se exige do Estado que o homenageie como santo católico. Apenas, que o sinalize para as gerações vindouras como grande, ilustre e exemplar português. A História faz parte do presente e do futuro, embora, como um dia escreveu Miguel Torga, “os nossos governantes não querem saber da História. Para eles tudo começa na hora em que assumem o poder”
Em suma: o Beato Nuno é agora consagrado universalmente como o São Nuno de Santa Maria. O povo vê assim confirmado pelo Papa o nome de um incontestável Santo Condestável!
António Bagão Félix
Recolha de António Ferreira

Escola da Fé - a Ressurreição de Jesus

A RESSURREIÇÃO DE JESUS
1 - O evento histórico e transcendente§639 – O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: “Eu vos transmiti... o que eu mesmo recebi:Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.
2 - A base da fé católica“Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação; vazia também é a vossa fé... Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 14.17).
São Paulo chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, por ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o fim” (1Cor 15, 23s).
“Quando estávamos mortos em nossos delitos, (Deus Pai) vivificou-nos juntamente com Cristo – pela graça fostes salvos! – e com Ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus” (Ef 2, 5s).
“Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então vós também com Ele sereis manifestados em glória”. (Cl 3, 1-4)
3 – Testemunhas dos Evangelhos
O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8).
Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1Jo 1,1-2).
Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23);
aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25);
aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23);
e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29);
no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24);
no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20);
segundo S. Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).
S. Paulo disse: “Porque antes de tudo, ensinei-vos o que eu mesmo tinha aprendido que Cristo morreu pelos nossos pecados [...] e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).
“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes.
“Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos”( Rm 14, 9).“Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).
4 – Os Discípulos não acreditavam
Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; também para eles a ressurreição foi uma escândalo. Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento.
Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não ser presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.
“Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”. (Lc 24, 34ss)
Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pois se tratava de pessoas muito realistas que, inclusive, duvidaram a principio da Ressurreição do Mestre.
Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39).
Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).
Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram dissipá-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).
E Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz.
É de se notar ainda que a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio. Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.
Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor.
Será que em nome de uma fantasia, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? O testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava.
Será que uma alucinação poderia fazer esta Igreja sobreviver por 2000 anos, vencendo todas as perseguições (Império Romano, heresias, nazismo, comunismo, positivismo, iluminismo, ateísmo, etc.)? Será que uma alucinação poderia ser a base da religião que hoje tem mais adeptos no mundo (2 bilhões de cristãos)? Será que uma alucinação poderia ter salvado e construído a civilização ocidental depois da queda de Roma?
Como poderia uma fantasia atravessar dois mil anos de história, com 266 Papas, 21 Concilios Ecumênicos, e hoje com mais de 4 mil bispos e 416 mil sacerdotes? E não se trata de gente ignorante ou alienada; muito ao contrário, são universitários, mestres, doutores.
O Ressuscitado criou a fé dos discípulos e não estes que criaram a fé no Ressuscitado. É mais razoável crer na ressurreição de Jesus do que explicar a pujança do Cristianismo por um sonho de gente desonesta ou alucinada. Com os Apóstolos aconteceu o processo exatamente inverso do que se dá com os visionários.
“Fostes sepultados com Cristo no Batismo; também com Ele ressuscitastes, porque acreditastes no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”. (Cl 2, 12).
“Se nos tornamos uma só coisa com Ele por uma morte semelhante à sua, seremos, também uma só coisa com Ele por uma ressurreição semelhante à sua” (Rm 6,5).
“Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).
“Pelo batismo fomos sepultados com Cristo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6,4).
Recolha de António Ferreira

A Cruz de Jesus

É impossível chegar à glória da ressurreição sem passar pelo Calvário(Lc 14,26). Eis por que São Paulo, o teólogo da presença da cruz de Cristo na vida cristã, dizia : “Nós, porém, pregamos Cristo crucificado” (1 Cor 1,23). É que a cruz libertou o homem do pecado e da morte, estabelecendo definitivamente a Nova Aliança de Deus com a humanidade.O cristão é então aquele que vive como quem, no batismo, foi “crucificado com Cristo” (Gl 2,19 e ss;5,24;Rm 6,1-11;Col 2,11 ss). Isto significa que o discípulo do Salvador está morto para o pecado que impede amar a Deus e aos irmãos , aceitando com paciência as tribulações da trajetória neste mundo. A paz, a beatitude interior que fluem do Senhor ressuscitado só são possíveis para quem abraça amorosamente a cruz redentora. Os grandes santos atingiram a culminância de uma existência autenticamente evangélica por terem penetrado a espiritualidade da cruz. Atingiram deste modo a maturidade cristã, aquela perfeição proposta por Jesus: “ Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48),ou seja, num esforço penoso, contínuo, buscaram se assemelhar ao Deus três vezes santo.Nos primeiro séculos do cristianismo os escritos dos teólogos revelam como a cruz é um instrumento da obra salvífica e a comparam com a árvore da vida do paraíso terrestre, com a arca de Noé, com a lenha do sacrifício que Isaac levou ao monte Moriá, com a escada de Jacó, com a vara de Moisés, com a serpente de bronze, a vara de Aarão reverdecendo no mesmo dia e revelando o sacerdote legítimo.Belíssimas imagens tiradas do Antigo Testamento.Policarpo, Ireneu e Orígenes, entre outros, desenvolveram magníficas considerações a partir destas analogias. Depois da conversão de Constantino a cruz surgiu como símbolo oficial do império e se tornou ainda mais um estímulo para que os fiéis se sacrificassem pela causa do Evangelho e por seus irmãos na fé. Tocantes as homilias de João Crisóstomo, Ambrósio, Agostinho e muitos outros a exaltarem o papel da morte de Jesus na existência do crente. Na Idade Média grandes teólogos aprofundaram ainda mais o sentido da paixão de Cristo crucificado e notáveis os textos de Gregório Magno; Beda, o venerável; Tomás de Aquino; Bernardo; Boaventura. As comunidades religiosas medievais experimentaram, como havia ocorrido anteriormente, grande crescimento espiritual ao cultuarem a cruz salvadora. A espiritualidade da cruz também neste período da História, tornou suportável todos os sofrimentos e produziu multidão de santos. É o carisma do sofrimento que promanou um dia do Calvário. Na Idade Moderna e Contemporânea prosseguiu esta união dos fiéis com Jesus sofredor, acentuando-se, sobretudo depois de Vicente de Paulo a visão de Cristo a sofrer nos pobres e desamparados, nos membros padecentes do Corpo Místico. Teólogos hodiernos, sobretudo na Alemanha, estão a acentuar esta pedagogia da cruz, mostrando que ela é “a manifestação eminente de Deus e revela o modo como se pode tornar operante a ressurreição na vida terrena do cristão”. Cumpre de fato ao batizado olhar sempre para Cristo crucificado a fim de compartilhar a fidelidade e a caridade de Jesus, Ele “que nos amou e se entregou por nós a Deus como oblação e sacrifício de agradável odor (Ef.5,2). Saibamos valorizar este tesouro de graças que é a preciosíssima cruz de Jesus.Ela é a árvore geradora da vida da graça. É farol por entre as tribulações da existência. É a chave do céu. Foi por ela que Cristo derrotou o inimigo do gênero humano e sanou as chagas do pecado. Imitemos o apóstolo Paulo que podia asseverar: “Quanto a mim não quero gloriar-me a nào ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”(Gl 6,l4). Cumpre, porém, não apenas venerar e exaltar a cruz que contemplamos aqui no Gólgota , mas é mister evangelizar com palavras e obras, com o testemunho de vida, “para que não se torne inútil a cruz de Cristo”(1 Cor l,17). É necessário, além disto, estar crucificado com Cristo (Gl 2l,19), ou seja, morto para o pecado e para tudo que o mundo oferece e que contradiz o que o Mestre divino ensinou, fugindo de tudo que é vergonhoso para o cristão e apartando os pensamentos do que está sobre a terra. Do contrário se estará entrando no rol dos “inimigos da cruz de Cristo (Fl 3,18). São Cirilo de Jerusalém nos apostrofa: “ Jesus foi crucificado em teu favor, Ele não pecara; e tu, não te deixarás crucificar por aquele que em teu benefício foi pregado na cruz? Não estarás fazendo um favor; primeiro recebeste. E mostras gratidão pagando a dívida a quem por ti foi crucificado no Gólgota”. É que na cruz nos revestimos de Cristo e nos despojamos do velho homem numa valorização de tanto sofrimento, mostrando-nos assim agradecidos pelo grande benefício recebido.Aceitar a cruz de Jesus é uma grande sensatez.
*Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana de 1967 a 2008.
Recolha de António Ferreira

Tudo Sobre a Semana Santa e seus Símbolos

Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos dá início à Semana Santa e lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, aclamado pelos judeus.A Igreja recorda os louvores da multidão cobrindo os caminhos para a passagem de Jesus, com ramos e matos proclamando: "Hosana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor". (Lc 19, 38 - MT 21, 9). Com esse gesto, portando ramos durante a procissão, os cristãos de hoje manifestam sua fé em Jesus como Rei e Senhor.
Quinta-feira Santa
Hoje celebramos a Instituição do Sacramento da Eucaristia. Jesus, desejoso de deixar aos homens um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a eucaristia. Na Quinta-feira Santa, destacamos dois grandes acontecimentos:
Bênção dos Santos Óleos
Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.
Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés
Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores.Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.O sermão desta missa é conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade ensinada e recomendada por Jesus Cristo. No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à noite.
Sexta-feira Santa
Celebra-se a paixão e morte de Jesus Cristo. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar este dia que, ao contrário do que muitos pensam, não deve ser vivido em clima de luto, mas de profundo respeito diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna. Às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo.
Ofício das Trevas
Trata-se de um conjunto de leituras, lamentações, salmos e preces penitenciais. O nome surgiu por causa da forma que se utilizava antigamente para celebrar o ritual. A igreja fica às escuras tendo somente um candelabro triangular, com velas acesas que se apagam aos poucos durante a cerimônia.
Sermão das Sete Palavras
Lembra as últimas palavras de Jesus, no Calvário, antes de sua morte. As sete palavras de Jesus são: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem...", "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso", "Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí a tua Mãe", "Tenho Sede!", "Eli, Eli, lema sabachtani? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?", "Tudo está consumado!", "Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!". Neste dia, não se celebra a Santa Missa.Por volta das 15 horas celebra-se nas igrejas católicas a Solene Ação Litúrgica comemorativa da Paixão e Morte de Jesus Cristo. À noite as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o Sermão do Descendimento da Cruz e em seguida a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto.
Sábado Santo
No Sábado Santo ou Sábado de Aleluia, a principal celebração é a "Vigília Pascal".
Vigília Pascal
Inicia-se na noite do Sábado Santo em memória da noite santa da ressurreição gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a chamada "A mãe de todas as santas vigílias", porque a Igreja mantém-se de vigília à espera da vitória do Senhor sobre a morte. Cinco elementos compõem a liturgia da Vigília Pascal: a benção do fogo novo e do círio pascal; a proclamação da Páscoa, que é um canto de júbilo anunciando a Ressurreição do Senhor; a liturgia da Palavra, que é uma série de leituras sobre a história da Salvação; a renovação das promessas do Batismo e, por fim, a liturgia Eucarística.
Domingo de Páscoa
A palavra páscoa vem do hebreu Peseach e significa "passagem". Era vivamente comemorada pelos judeus do antigo testamento.A Páscoa que eles comemoram é a passagem do mar Vermelho, que ocorreu muitos anos antes de Cristo, quando Moisés conduziu o povo hebreu para fora do Egito, onde era escravo. Chegando às margens do Mar Vermelho, os judeus, perseguidos pelos exércitos do faraó teriam de atravessá-lo às pressas. Guiado por Deus, Moisés levantou seu bastão e as ondas se abriram, formando duas paredes de água, que ladeavam um corredor enxuto, por onde o povo passou. Jesus também festejava a Páscoa. Foi o que Ele fez ao cear com seus discípulos. Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo, logo depois da Páscoa judaica. A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é, verdadeiramente, o Filho de Deus. O temor dos discípulos em razão da morte de Jesus na Sexta-Feira transforma-se em esperança e júbilo. É a partir deste momento que eles adquirem força para continuar anunciando a mensagem do Senhor. São celebradas missas festivas durante todo o domingo.
A data da Páscoa
A fixação das festas móveis decorre do cálculo que estabelece o Domingo da Páscoa de cada ano, assim: A Páscoa deve ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia que segue o Equinócio da Primavera, no Hemisfério Norte (21 de março). Se esse dia ocorrer depois do dia 21 de abril, a Páscoa será celebrada no domingo anterior. Se, porém, a lua cheia acontecer no dia 21 de março, sendo domingo, será celebrada de 25 de abril. A Páscoa não acontecerá nem antes de 22 de março, nem depois de 25 de abril. Conhecendo-se a data da Páscoa, conheceremos a das outras festas móveis.
Cordeiro
O cordeiro que os israelitas sacrificavam no templo no primeiro dia da páscoa como memorial da libertação do Egito, na qual o sangue do cordeiro foi o sinal que livrou os seus primogênitos. Este cordeiro era degolado no templo.Os sacerdotes derramavam seu sangue junto ao altar e a carne era comida na ceia pascal. Aquele cordeiro prefigurava a Cristo, ao qual Paulo chama "nossa páscoa" (Cor 5, 7).João Batista, quando está junto ao rio Jordão em companhia de alguns discípulos e vê Jesus passando, aponta-o em dois dias consecutivos dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jô 1, 29 e 36).Isaías o tinha visto também como cordeiro sacrificado por nossos pecados (Cf. Is 53, 7-12).Também o Apocalipse apresenta Cristo como cordeiro sacrificado, agora vivo e glorioso no céu. (Cf. AP 5,6.12; 13, 8).
Ovo
O costume e tradição dos ovos estão associados com a Páscoa há séculos. Símbolo da fertilidade e nova vida. A existência da vida está intimamente ligada ao ovo, que simboliza o nascimento. O sepulcro de Jesus ocultava uma vida nova que irrompeu na noite pascal. Ofertar ovos significa desejar que a vida se renove em nós.
Coelho
Por serem animais capazes de gerar grandes ninhadas e reproduzirem-se várias vezes ao ano, sua imagem simboliza a capacidade da Igreja de produzir novos discípulos de Jesus, Filho de Deus.
Pão e vinho
Na ceia do senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor.Representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos para celebrar a vida eterna.
Cruz
A cruz mistifica todo o significado da Páscoa na ressurreição e também no sofrimento de Cristo.No Conselho de Nicea em 325 d.c., Constantim decretou a cruz como símbolo oficial do cristianismo.Então não somente um símbolo da Páscoa, mas símbolo primordial da fé católica.
Círio Pascal
É uma grande vela que é acesa no fogo novo, no Sábado Santo, logo no início da celebração da Vigília Pascal. Assim como o fogo destrói as trevas, a luz que é Jesus Cristo afugenta toda atreva do erro, da morte, do pecado. É o símbolo de Jesus ressuscitado, a luz dos Povos. Após a bênção do fogo acende-se, nele, o Círio. Faz-se a inscrição dos algarismos do ano em curso; depois crava-se neste, cinco grãos de incenso que lembram as cinco chagas de Jesus e as letras "alfa" e "Omega", primeira e última letra do alfabeto grego, que significa o princípio e o fim de todas as coisas.
Prof. Felipe Aquino
Editora Cléofas
Recolha de António Ferreira

EVANGELHO NO YOUTUBE

Série de reportagens televisivas produzidas por Designiomedia

MADRID, segunda-feira, 6 de Abril de 2009 (ZENIT.org).- A produtora Designiomedia oferece para esta Semana Santa uma série de reportagens televisivas gravadas na Terra Santa, nas quais propõe comentários ao Evangelho de cada dia, ilustrado com reportagens e música. Os programas podem ser vistos no Youtube.

A Designiomedia – informa à Zenit seu director, Óscar Silva Fernández – é uma produtora de programas para televisão e internet que tem «o propósito de responder aos apelos que a Igreja nos faz de usar os meios de comunicação social para o anúncio de Jesus Cristo».

A Terra Santa, explica Silva, «é para a Igreja Católica um quinto Evangelho, já que peregrinar a ela e conhecer os lugares que foram testemunhas da vida de Jesus Cristo constitui uma experiência que aumenta a fé».

E recorda que a próxima visita do Papa Bento XVI à Terra Santa significa para a Igreja do terceiro milénio o encontro com nossas raízes mais genuínas.

A produtora Designiomedia realizou para esta Páscoa a série de televisão «Abre-te Céu!». Filmada em Jerusalém, consiste em uma reflexão sobre o Evangelho correspondente a cada dia da Semana Santa, desde a entrada de Jesus em Jerusalém no Domingo de Ramos até a aparição à Madalena no Domingo de Ressurreição.

São 8 programas de 30 minutos cada um, conduzidos por Leonardo Caro e Oscar Silva. Os programas incluem reportagens e vídeos de música inédita que complementam cada tema tratado.

Um exemplo de reportagem é a entrevista a José, um árabe católico que vive com sua família em Belém e, que apesar das dificuldades, permanece lá por amor a suas raízes de fé.

Estes programas serão transmitidos pela televisão nos Estados Unidos e em vários países da América Latina: República Dominicana, Peru, Chile e Argentina.

Os programas «Abre-te céu!» podem ser vistos no Youtube:

http://www.youtube.com/ABRETECIELO

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira

CARDEAL BERTONE PEDE QUE «TRABALHO» SEJA CENTRO DO DEBATE SOBRE CRISE

Mensagem à reunião social do G8 que concluiu ontem em Roma


CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 1º de Abril de 2009 (ZENIT.org).- «Voltar a dar uma dimensão humana à economia» é a forma de sair da «mais grave crise financeira da história», declarou o cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado vaticano.

O purpurado escreveu uma mensagem, publicada hoje pela Santa Sé, à Cúpula Social do G8, que reuniu em Roma os ministros do trabalho dos países membros (Itália, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Japão, Canadá e Federação Russa), assim como os representantes de outras grandes economias mundiais (China, Índia, Brasil, México, África do Sul e Egipto).

Na mensagem, que o cardeal Bertone dirige ao ministro italiano Maurizio Sacconi, presidente da Reunião, ele afirma que a iniciativa de colocar o trabalho no centro do debate «é muito oportuna, porque já não há dúvidas sobre a dimensão ética da crise, causada por uma gestão globalizada das finanças que buscou só o benefício e não o bem comum e a dignidade da pessoa».

A propósito disso, o secretário de Estado recordou que o princípio da dignidade humana, base da Doutrina Social da Igreja, deriva do facto de que «a pessoa, enquanto centro e cume de tudo o que existe sobre a terra, é o fim de todas as instituições sociais e de todo o actuar económico».

O serviço às necessidades mais fundamentais de todos os homens, especialmente dos mais pobres, é portanto um «pilar fundamental e pedra de comparação de toda medida dirigida a resolver a crise económica que actualmente afecta todos os países sem excepção».

Por isso, «muito além das medidas conjunturais necessárias para bloquear as turbulências financeiras e para sair da recessão generalizada, é necessário fazer todos os esforços para devolver a dimensão humana à economia», sublinhou.

O objectivo do encontro foi, de facto, a formulação de propostas para que as soluções à crise levem em consideração o apoio à ocupação e os direitos dos trabalhadores.

O paradigma da sustentabilidade social do encontro de Roma, observou o cardeal, deverá «ser corroborado por uma consciência social mundial, a consciência de que no mundo a humanidade é uma só família».

Das numerosas discussões multilaterais sobre a crise, «o mundo espera propostas concretas e eficazes, capazes de garantir a todos, inclusive a quem perdeu o trabalho ou está em risco de perdê-lo, um nível de renda e de segurança essenciais».

Da mesma forma, concluiu, pede-se «que se respeitem e potencializem sempre os direitos fundamentais dos trabalhadores» e que «a coordenação entre os governos inclua o diálogo com as partes sociais e com a sociedade civil, também para estimular as economias nacionais, sem prejudicar, contudo, a cooperação internacional ao desenvolvimento, mas tentando potenciá-la».

Fonte; zenit.org

Recolha de António Ferreira

DIOCESES AMERICANAS DÃO BOAS-VINDAS AOS 150 MIL NOVOS CATÓLICOS



O ex-presidente da Câmara de Representantes, Newt Gingrich, une-se à Igreja

WASHINGTON D.C., quinta-feira, 2 de Abril de 2009 (ZENIT.org).- O ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich se converteu ao catolicismo no domingo passado, tornando-se o primeiro dos milhares que se unirão à Igreja na Páscoa.

A Conferência Episcopal dos Estados Unidos informou na terça-feira que estão programadas cerca de 150 mil uniões à Igreja Católica durante esta Semana Santa.

Seu comunicado de imprensa indica que «os números mostram o crescimento e a vitalidade da Igreja Católica em lugares onde tradicionalmente ela representa apenas uma pequena minoria».

A arquidiocese de Atlanta estima que 513 catecúmenos sem baptizar e 2.195 candidatos baptizados em outra comunidade cristã estão buscando a plena comunhão com a Igreja Católica e entrarão nela este ano, sem contar os baptizados infantis.

O Pe. Theodore Book, director da Sala do Culto Divino da arquidiocese, explica que «a arquidiocese de Atlanta se encontra em uma parte do país com uma grande população não-católica, mas foi abençoada com um autêntico dinamismo nos últimos anos, como mostra nosso congresso anual eucarístico, que congrega cerca de 30 mil participantes».

«Uma das muitas bênçãos que recebemos do Senhor é o grande número de pessoas que entram na Igreja», acrescenta.

A arquidiocese de Seattle espera 736 catecúmenos e 506 candidatos a entrar na Igreja, enquanto a diocese de San Diego dará as boas-vindas a 305 catecúmenos e 920 candidatos.

A diocese de Birmingham, Alabama, teve de organizar três cerimónias diferentes para o Rito da Eleição, no começo da Quaresma, para dar lugar às 445 pessoas que se encontravam em processo de converter-se em católicas.

Uma californiana, Heidi Sierras, foi eleita para representar a América do Norte na celebração da Vigília Pascal no Vaticano, onde será baptizada por Bento XVI.

No ano passado, o directório Católico informou que os baptizados de adultos nos Estados Unidos ascenderam a 49.415 em 2007, e que 87.363 pessoas encontraram a plena comunhão com a Igreja.

Fonte: zenit.org

Recolha de António Ferreira